Perspectiva de greve nos portos preocupa setor agrícola
Trabalhadores portuários marcaram paralisações em portos de todo o Brasil na sexta-feira e na terça-feira da próxima semana
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
São Paulo - A perspectiva de greve nos portos brasileiros preocupa o setor agrícola do país, que começa a colher e escoar a maior safra de grãos da história.
Trabalhadores portuários marcaram paralisações em portos de todo o Brasil na sexta-feira e na terça-feira da próxima semana para protestar contra mudanças que o governo quer implementar nos portos por meio da Medida Provisória 595.
Uma greve poderia prejudicar ainda mais as exportações agrícolas, isso numa safra que o setor já enfrentaria grandes desafios em função da logística e infraestrutura deficitária do país.
"A gente reza para não acontecer", disse o presidente da Associação Nacional Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, em entrevista à Reuters.
A entidade estima que será embarcado um volume recorde de soja nesta safra da ordem de 39 a 40 milhões de toneladas, ante uma média de 30 a 33 milhões de toneladas em anos anteriores.
Depois de uma máxima histórica nas exportações de milho em 2012, de cerca de 20 milhões de toneladas, a Anec projeta que ainda serão exportados cerca de 18 milhões de toneladas em 2013.
"É preciso que tudo dê certo em termos de infraestrutura. Não se pode nem pensar em greve", completou.
O empresário Walter Horita, importante produtor de soja, milho e algodão do Oeste da Bahia, também se diz preocupado com os desafios de logística do país.
"Produzir e não ter porto é pior que não ter produção", disse ele à Reuters durante evento em São Paulo, destacando que as safras brasileiras cresceram nos últimos anos, mas houve pouca ampliação da capacidade portuária.
O atual gargalo nos portos, que pode ser agravado por uma greve, é um dos fatores que pode causar o chamado "caos logístico" nesta safra.
Outros pontos de preocupação são o aumento do custo do diesel e a falta caminhões provocada por uma nova lei, que restringe a carga horário dos motoristas.
A Anec estima que o preço do frete de grãos saltou para 98 dólares por tonelada nesta temporada, na média ponderada do país, ante 81 dólares na safra passada, considerando todos os problemas já projetados nos últimos meses, mas sem incluir eventuais despesas com atrasos provocados por uma greve nos portos.
Problema logístico sentido
Apesar de a colheita de soja estar apenas no seu terço inicial, o problema no escoamento já está sendo sentido nos portos, na avaliação da consultoria Agroconsult.
"Já está pior do que se imaginava", disse o diretor da consultoria, André Pessôa, no intervalo de um evento em São Paulo.
Segundo ele, há casos de empresas que, ao se depararem com uma espera muito grande para descarregamento no porto de Paranaguá, estão deslocando caminhões para o porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, assumindo um maior custo de frete a fim de evitar despesas ainda maiores com o atraso nas entregas.
São Paulo - A perspectiva de greve nos portos brasileiros preocupa o setor agrícola do país, que começa a colher e escoar a maior safra de grãos da história.
Trabalhadores portuários marcaram paralisações em portos de todo o Brasil na sexta-feira e na terça-feira da próxima semana para protestar contra mudanças que o governo quer implementar nos portos por meio da Medida Provisória 595.
Uma greve poderia prejudicar ainda mais as exportações agrícolas, isso numa safra que o setor já enfrentaria grandes desafios em função da logística e infraestrutura deficitária do país.
"A gente reza para não acontecer", disse o presidente da Associação Nacional Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, em entrevista à Reuters.
A entidade estima que será embarcado um volume recorde de soja nesta safra da ordem de 39 a 40 milhões de toneladas, ante uma média de 30 a 33 milhões de toneladas em anos anteriores.
Depois de uma máxima histórica nas exportações de milho em 2012, de cerca de 20 milhões de toneladas, a Anec projeta que ainda serão exportados cerca de 18 milhões de toneladas em 2013.
"É preciso que tudo dê certo em termos de infraestrutura. Não se pode nem pensar em greve", completou.
O empresário Walter Horita, importante produtor de soja, milho e algodão do Oeste da Bahia, também se diz preocupado com os desafios de logística do país.
"Produzir e não ter porto é pior que não ter produção", disse ele à Reuters durante evento em São Paulo, destacando que as safras brasileiras cresceram nos últimos anos, mas houve pouca ampliação da capacidade portuária.
O atual gargalo nos portos, que pode ser agravado por uma greve, é um dos fatores que pode causar o chamado "caos logístico" nesta safra.
Outros pontos de preocupação são o aumento do custo do diesel e a falta caminhões provocada por uma nova lei, que restringe a carga horário dos motoristas.
A Anec estima que o preço do frete de grãos saltou para 98 dólares por tonelada nesta temporada, na média ponderada do país, ante 81 dólares na safra passada, considerando todos os problemas já projetados nos últimos meses, mas sem incluir eventuais despesas com atrasos provocados por uma greve nos portos.
Problema logístico sentido
Apesar de a colheita de soja estar apenas no seu terço inicial, o problema no escoamento já está sendo sentido nos portos, na avaliação da consultoria Agroconsult.
"Já está pior do que se imaginava", disse o diretor da consultoria, André Pessôa, no intervalo de um evento em São Paulo.
Segundo ele, há casos de empresas que, ao se depararem com uma espera muito grande para descarregamento no porto de Paranaguá, estão deslocando caminhões para o porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, assumindo um maior custo de frete a fim de evitar despesas ainda maiores com o atraso nas entregas.