Economia

PEC pode tornar o Orçamento impositivo

As regras constitucionais relativas ao Orçamento Geral da União (OGU) podem ser alteradas em 2004. Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) determina que o Orçamento seja impositivo e não mais facultativo, como prevê atualmente a Constituição Federal. A proposta foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h25.

As regras constitucionais relativas ao Orçamento Geral da União (OGU) podem ser alteradas em 2004. Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) determina que o Orçamento seja impositivo e não mais facultativo, como prevê atualmente a Constituição Federal.

A proposta foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nos últimos dias de atividade legislativa de dezembro e aguarda votação em dois turnos pelo plenário para depois ser analisada pelos deputados na CCJ da Câmara, numa comissão especial e finalmente em dois turnos no plenário.

Além da proposta do senador baiano, tramitam no Senado outras três PECs que tentam alterar a natureza do Orçamento. A proposta recebeu parecer favorável do relator da matéria na CCJ do Senado, César Borges (PFL).

Borges avaliou que a PEC era a mais completa em tramitação. Em vez de serem apensadas (anexadas ao projeto de ACM), as demais PECs foram rejeitadas.

O que muda

Hoje, o Orçamento da União é apenas uma previsão de gastos do Governo Federal durante um determinado ano. Com isso, a proposta orçamentária fica sujeita a cortes e bloqueios temporários (contingenciamentos), de acordo com os movimentos da economia e dos acordos políticos.

Se a proposta for aprovada, o governo não terá mais a opção de cortar recursos de ministérios para acomodar as contas públicas. Só em 2003 foram anunciados dois contingenciamentos de recursos para que o Brasil mantivesse em dia os percentuais de superávit primário acertados com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Ainda de acordo com a proposta, se o Poder Executivo não cumprir a previsão orçamentária aprovada pelo Congresso incorrerá em crime de responsabilidade podendo ser punido de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Outra mudança prevista na PEC refere-se aos prazos para apresentação e aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO, que fixa as regras para o Governo elaborar o Orçamento), da Lei Orçamentária e do Plano Plurianual (PPA). Atualmente, apenas a LDO impede a suspensão dos trabalhos do Congresso Nacional em junho de cada ano. Se o Congresso não aprova o Orçamento no fim do ano, é permitido que a sessão legislativa seja encerrada e a proposta orçamentária votada no ano seguinte. Com a proposta de Antonio Carlos Magalhães, essa possibilidade deixa de existir. O Congresso só poderá encerrar seus trabalhos depois de aprovar o Orçamento do ano seguinte.

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