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Parente diz que pode ficar no cargo, dependendo das eleições

Em Davos, Parente disse que está "sendo muito cuidadoso" em estipular expectativas sobre o tema de se manter no comando da Petrobras

Pedro Parente: o executivo reiterou que a Petrobras não sofreu interferência do governo (Bruno Kelly/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de janeiro de 2018 às 19h31.

São Paulo - O presidente da Petrobras , Pedro Parente, afirmou nesta terça-feira, 23, que pode considerar permanecer no cargo da companhia, dependendo do resultado das eleições presidenciais no Brasil em 2018.

Em entrevista à Bloomberg TV, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, Parente disse que está "sendo muito cuidadoso" em estipular expectativas sobre o tema de se manter no comando da Petrobras e que a equipe está correndo para atingir a meta de vendas de ativos.

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O executivo reiterou que a Petrobras não sofreu interferência do governo e que acredita que a gestão da companhia deve ser decidida através de indicação profissional, não pessoal. Ele ainda comentou que uma série de pesquisas mostram que a população brasileira não quer a privatização da Petrobras.

Gás natural

O presidente da Petrobras disse que o gás natural é muito importante para a empresa, que neste momento, está aprimorando as tecnologias para ter melhor acesso à substância. Ele indicou que a petroleira não se dedicou mais ao gás natural até o momento, em razão da necessidade de investir fora do País para tal, em um momento em que a empresa necessitava se concentrar nas operações internas. As declarações foram realizadas em um painel no Fórum Econômico de Davos, denominado "Perspectiva Estratégica: sistemas de energia".

"Gás natural é o combustível de transição. Ainda é fóssil, mas polui muito menos que a gasolina, o diesel e outros", comentou Parente. "Esse é um tema muito importante para a minha empresa. Devido às características do país, nós apenas temos campos de gás associados a petróleo, no geral - é claro que temos exceções. Então a Petrobras agora está com cerca de 20% de gás e 80% de petróleo e achamos que precisamos reequilibrar essas participações. Mas isso tem um impacto estratégico (na empresa), porque teríamos de ir para fora, e não ficar apenas no Brasil, como decidimos em 2016, em razão da crise que enfrentávamos. Tivemos de nos concentrar no Brasil e no 'core business' (negócio principal) da empresa para sobreviver."

Na discussão sobre incentivos para os carros elétricos, o executivo disse: "É muito importante, na minha visão, verificar como a energia elétrica que move os carros é gerada. É muito importante. Sou totalmente a favor da energia renovável, de combustíveis mais limpos. Mas ainda assim o óleo e o gás ficarão por muitos anos."

Parente disse aos presentes que o Brasil, em sua visão, está fazendo "coisas boas" em termos de energia renovável. "Temos, por exemplo, o programa de etanol, que é muito bem-sucedido. É importante citar que, em termos de energia elétrica, temos muita geração eólica", citou.

Ele lembrou ainda na ocasião que, para as empresas de óleo e gás, inovação é muito importante e é necessário investir em novas formas de energia limpa, que é cada vez mais demandada. A inovação, na opinião de Parente, deve abranger não apenas o uso da energia mas também a geração.

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