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Palocci e Alencar afinam discurso sobre política econômica

O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, disse nesta sexta-feira (6/6) que as manifestações contrárias do vice-presidente José Alencar (PL) sobre a política monetária não são críticas, e sim "contribuições para um debate que é necessário". Palocci se encontrou com Alencar nesta sexta para um encontro onde conversaram, segundo o ministro, sobre sobre as necessidades de […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h26.

O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, disse nesta sexta-feira (6/6) que as manifestações contrárias do vice-presidente José Alencar (PL) sobre a política monetária não são críticas, e sim "contribuições para um debate que é necessário". Palocci se encontrou com Alencar nesta sexta para um encontro onde conversaram, segundo o ministro, sobre sobre as necessidades de crescimento e desenvolvimento do Brasil.

Após o encontro, Palocci disse que admira o

vice-presidente e que ele tem sido muito importante para o governo, para o conhecimento e para somar esforços para fazer o Brasil crescer. "Sempre considerei que as palavras do nosso vice-presidente José Alencar não são críticas, mas contribuições para um debate que é necessário para o país. O Brasil enfrentou dificuldades extraordinárias no período da transição, tivemos uma economia com inflação explosiva, dívidas insustentáveis, e isso nos obriga a fazer uma gestão austera da economia, mas com direção ao crescimento do país", afirmou Palocci.

A bandeira de Alencar tem sido contra os juros altos, atualmente em 26,5%. Mas o ministro disse não ter comentado esse assunto com o vice nesta ocasião. "Eu juro que juros não foram o principal assunto." E realmente parece que eles se entenderam. E Alencar, quando perguntado sobre as críticas em relação a taxa de juros, disse: "Estamos rigorosamente afinados e no mesmo barco. Eu assino qualquer medida proposta pelo ministro Palocci, que é um craque e um homem de bem. Eu não tenho dúvidas que o Brasi lestá muito bem entregue".

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Ainda sobre a reunião com Palocci, Alencar voltou a afirmar que a decisão de baixar os juros é política. "Não vamos romper unilateralmente com nada. Precisamos fazer crescer as exportações, precisamos de grande saldo de balança comercial para acabar com o constrangimento cambial que, de vez em quando, nos assola."

Durante a entrevista coletiva após a reunião, Alencar ressaltou os avanços que o Brasil está passando desde a posse de Lula. "Tínhamos perdido todas as linhas de crédito no mercado internacional, que foram recuperadas com as idas do presidente Lula ao exterior, que se comportou com absoluta justeza quanto ao mercado. Recuperamos a linha de crédito, reduzimos o risco Brasil a um terço, mas esse risco a um terço está bem? Não, é altíssimo e não podemos concordar, porque é um despropósito em relação ao que o Brasil representa", afirmou Alencar.

Mas parece que esse discurso só foi realmente afinado nesta sexta feira. Na quinta (5/6), já de forma menos incisiva, o vice havia criticado os juros altos. Para empresários em Salvador, Alencar defendeu o crescimento do país. "O Brasil precisa retomar o crescimento porque hoje somos um país do subconsumo. Temos que reagir", disse ele. Alencar também havia elogiado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Palocci. "Sei que eles estão preocupados com as taxas de juros e o nível do desemprego, e estão fazendo tudo para que o país possa crescer", afirmou o vice na quinta.

Do outro lado da moeda, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta sexta que a autoridade monetária está comprometida com o combate da inflação "no curto, médio e longo prazo" e que as taxas de juros serão reduzidas quando a trajetória dos preços se aproximar da meta.

"No momento em que houver a convergência da inflação medida com a trajetória da meta, será o momento que poderemos ver uma redução", afirmou, durante uma conferência sobre mercados financeiros na cidade espanhola de Sevilha. O presidente do BC está se reunindo nesta semana com vários investidores na Europa para falar sobre o Brasil.

Meirelles explicou que a trajetória foi estabelecida a partir da inflação medida em janeiro até o início de 2005, quando o objetivo é que a inflação tenha voltado para um patamar de 4%.

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