Os 8 maiores riscos econômicos para o mundo, segundo o WEF
Disparidade de renda perde espaço para o medo de bolhas e desemprego no relatório anual de perigos do Fórum Econômico Mundial
João Pedro Caleiro
Publicado em 15 de janeiro de 2015 às 15h28.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h53.
O que é: "Preços muito altos e insustentáveis de recursos como commodities, habitação ou ações em alguma economia ou região central" Por que importa: O riscos de bolhas foi primeiro lugar absoluto na lista do Fórum em termos de impacto e probabilidade em 2008, 2009 e 2010. Os programas de expansão monetária e juros baixos do pós-crise tinham como objetivo recuperar o crédito, mas levaram ao aumento grande dos preços de alguns ativos. É muito difícil identificar o que é ou não uma bolha, e mais difícil ainda desinflar uma sem derrubar junto a economia real; é este o desafio atual dos bancos centrais. Progresso nos últimos 10 anos: 10,9%
O que é: "um alto nível sustentado de desemprego ou subutilização da capacidade produtiva da população empregada" Por que importa: o desemprego alto é um problema que une duas regiões que não poderiam ser mais diferentes: África subsaariana e Europa. Nesta última, contribui para aumentar outro risco: a deflação. O Fórum espera que taxa de desemprego mundial fique em taxas atuais até pelo menos 2018, mas há o risco de que a nova revolução tecnológica mude de forma permanente o nível de emprego. A ver. Progresso nos últimos 10 anos: 5,7%
O que é: "inflação muito baixa ou deflação prolongadas em alguma economia ou região central" Por que importa: depois de meses de inflação muito abaixo da meta, a Europa entrou em terreno deflacionário em dezembro. Isso desestimula o consumo e torna mais difícil diminuir o peso relativo da dívida - não é por acaso que muitos já falam em uma nova rodada de estímulo monetário. A China também é outra que não escapa dos riscos da queda de preços. Progresso nos últimos 10 anos: 10,6%
O que é: "aumentos fortes e/ou sustentados de preços de energia que coloquem mais pressão econômica em indústrias e consumidores altamente dependentes de energia" Por que importa: o questionário do Fórum foi respondido entre os meses de julho e setembro, quando o medo era de que as tensões geopolíticas levassem a uma alta do preço do petróleo . A partir de outubro, aconteceu exatamente o contrário. Ninguém sabe se o petróleo vai cair ainda mais ou se vai reagir - o que só prova que o poder da futurologia econômica é extremamente limitado. Progresso nos últimos 10 anos: 20,2%
O que é: "o colapso de uma instituição financeira e/ou o funcionamento ineficiente de um sistema financeiro, com implicações através da economia global" Por que importa: o relatório do Fórum destaca várias mudanças regulatórias aprovadas no pós-crise para diminuir a vulnerabilidade do sistema; de todos os riscos econômicos, esse foi o que teve maior progresso nos últimos anos. O risco é que a sensação de que a crise foi superada leve a uma complacência quando ainda há muito para resolver - a começar pelas instituições "grandes demais para quebrar". Progresso nos últimos 10 anos: 24,3%
O que é: "um aumento ingovernável no preço geral de bens e serviços em economias centrais" Por que importa: a inflação é um fenômeno persistente e difícil de combater, e não faltaram alertas de que os programas de expansão monetária do pós-crise iriam alimentá-la. Por enquanto, não há indícios de que isso aconteceu ou vá acontecer: a inflação nos EUA continua abaixo da meta e na Europa a luta é contra a deflação. Progresso nos últimos 10 anos: 23,6%
O que é: "o fardo de dívidas excessivas gera crises de dívidas soberanas e/ou crises de liquidez" Por que importa: em termos de impacto, o risco de crise fiscal foi primeiro lugar na lista em 2011 e 2014. Neste ano, caiu de posição, mas uma pesquisa paralela do Fórum só com executivos aponta esta como a maior preocupação na hora de fazer negócios em emergentes e em 30 das 35 principais economias avançadas. Progresso nos últimos 10 anos: 20,4%
O que é: "o fracasso em investir adequadamente, atualizar e assegurar redes de infraestrutura leva a uma quebra com implicações para todo o sistema" Por que importa: a infraestrutura nunca foi tão conectada e central para a competitividade . Ironicamente, é isso que torna suas falhas cada vez mais relevantes. Alguns exemplos: o apagão na Índia em 2012, que deixou no escuro 10% da população mundial, e as consequências do furacão Sandy. A América do Norte considera este o risco para o qual ela está menos preparada. Progresso nos últimos 10 anos: 5,2%
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