Economia

OCDE projeta crescimento maior do Brasil em 2021

A projeção para o crescimento do PIB do Brasil em 2021 passou de 2,6% para 3,7%

Bandeira do Brasil no Rio de Janeiro (Cesar Okada/Getty Images)

Bandeira do Brasil no Rio de Janeiro (Cesar Okada/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de março de 2021 às 08h14.

Última atualização em 9 de março de 2021 às 17h04.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) melhorou suas previsões para o desempenho da economia do Brasil nos próximos anos. Em relatório sobre perspectivas, a entidade informou que elevou a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2021, de 2,6% na estimativa de dezembro para 3,7% na atual. Já a expectativa de expansão em 2022 passou de 2,2% para 2,7%.

No documento, a organização destaca que a maior economia da América Latina é um dos países que planejam a continuação de programas de apoio à renda, referindo-se ao auxílio emergencial. Também pontua que a recuperação de emergentes tem ocorrido de forma "relativamente rápida" em muitos emergentes.

No entanto, a OCDE enxerga riscos no horizonte dessas nações, entre eles o aperto das condições fiscais, a ressurgência do coronavírus e a saída de capitais, em meio ao avanço dos juros dos Treasuries. "Para muitas economias emergentes e em desenvolvimento, o risco de uma distribuição de vacinas mais lenta do que o esperado é uma preocupação imediata que poderia diminuir os gastos com consumo", explica.

Crescimento mundial

A OCDE revisou de maneira expressiva e elevou sua estimativa de crescimento mundial em 2021, a 5,6%, contra a projeção anterior de 4,2%, ante os efeitos conjugados do megaplano americano de recuperação e da vacinação contra a covid-19, apontam as perspectivas econômicas provisórias publicadas nesta terça-feira.

"As perspectivas econômicas mundiais melhoraram claramente em consequência do avanço progressivo de vacinas eficazes, do anúncio das novas medidas de apoio em alguns países e de sinais que mostram que as economias se acomodam melhor do que o previsto às medidas de restrição", explica a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos.

Por si só, o plano de 1,9 trilhão de dólares do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para reativar a maior economia do mundo contribui em um ponto percentual a esta revisão de 1,4 ponto do crescimento mundial, disse à AFP Laurence Boone, economista chefe da organização de 37 países desenvolvidos.

Graças a esta injeção em massa de liquidez, Estados Unidos, que representa 20% de todas as mortes registradas na pandemia, deve registrar o dobro na taxa de crescimento do PIB em comparação com a previsão de dezembro, com 6,5%.

Isto não representará um risco inflacionário importante, de acordo com Boone.

O aumento da previsão de crescimento é mais modesto para a zona do euro, onde o programa de vacinação é mais lento: o PIB da região deve ter alta de 3,9% este ano, enquanto no Reino Unido, onde as escolas reabriram as portas na segunda-feira, a projeção é de avanço de 5,1%.

Para a França, a OCDE espera um avanço de 5,9%, praticamente sem alterações em relação à previsão anterior. A Espanha deve crescer 5,7%, a Itália 4,1% e a Alemanha 3%.

A China, motor do crescimento mundial, que registrou uma disparada de 60% das exportações em janeiro-fevereiro em ritmo anual, deve registrar crescimento de 7,8%.

Mas o país com a maior previsão de recuperação é a Índia: após uma queda de 7,4% em 2020, o PIB do país deve crescer 12,6% este ano.

Mas existem riscos para o crescimento, aponta a OCDE: um ritmo de vacinação muito lento ou "o surgimento de novas variantes resistentes às vacinas existentes".

"Quanto mais rápido os países vacinarem, mais cedo poderão reabrir suas economias (...) Nossa principal mensagem é, portanto, acelerar o ritmo de vacinação para reabrir a economia", disse Boone.

Mais de 304,8 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 foram administradas em todo o mundo, um número que esconde grandes disparidades: Israel imunizou quase 60% de sua população, Estados Unidos quase 20%, a França cerca de 5% e o Brasil 3%, segundo os números da OCDE.

 


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