AOrganização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) projeta um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 3% em 2004 e 3,5% em 2005. Para a inflação, o organismo estima 7% e 6%, respectivamente. Os dados constam da edição preliminar do boletim Economic Outlook, divulgada nesta quarta-feira (26/11).

A organização reúne 30 países, dos quais o único latino-americano é o México. O boletim, entretanto, também faz análises de três economias não-sócias- China, Rússia e Brasil -, e prevê que em 2004 as duas primeiras devem crescer 7,8% e 5%, respectivamente. Sobre o Brasil, o documento afirma que após uma recessão na primeira metade de 2003, o crescimento está finalmente ganhando força (veja tabela abaixo). Para a América Latina, a expectativa é de crescimento de 1,5% este ano.

O tom otimista vale para quase toda a região: a recuperação econômica iniciada na segunda metade de 2002 ganha impulso, baseada em demanda favorável por exportações, condições melhores de comércio para as commodities e consideráveis ajustes fiscais e de conta corrente em muitos países da América do Sul. A bronca fica para a Venezuela, país que permanece um ponto negro na região pela sua instabilidade política. A Bolívia também foi incluída nas ressalvas, pelo mesmo motivo.

O editorial do Economic Outlook fala sobre a ampla evidência da força renovada da economia mundial. As projeções de crescimento do PIB em 2004 para Estados Unidos e União Européia são de 4,2% e 1,9%, respectivamente. Ao mesmo tempo, o relatório indica vulnerabilidades, como os déficits públicos estruturais de magnitude histórica, difíceis de eliminar, que acometem as maiores economias mundiais.

Projeções econômicas da OCDE para o Brasil
	2002	2003	2004	2005
Crescimento real do PIB	1,5	0,5	3,0	3,5
Inflação	12,5	10,0	7,0	6,0
Balança fiscal (% do PIB)	-4,7	-4,0	-3,0	-2,0
Balança fiscal primária (% do PIB)	3,9	4,3	4,2	4,0
Balança de conta corrente (bilhões de dólares)	-7,7	-0,2	-4,9	-5,0
Balança de conta corrente (% do PIB)	-1,6	0,0	-1,0	-0,9