Logo da OCDE: a organização adverte que o agravamento da crise da Eurozona fragilizou as perspectivas de reativação em 2012 em seis dos sete países do G7 (Jean Ayissi/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de setembro de 2012 às 08h23.
Paris - A OCDE pediu ao Banco Central Europeu (BCE), que nesta quinta-feira se reúne em Frankfurt, a intervir nos mercados para reduzir o custo do financiamento dos Estados mais endividados da Eurozona, como a Espanha e a Itália, e afastar o fantasma de uma explosão do bloco monetário.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu, além disso, as previsões de crescimento para 2012 nos países mais industrializados do planeta (G7), com exceção de Japão, e estimou que "a crise na Zona Euro continua representando o principal risco para a economia mundial".
A OCDE considera crucial afastar os temores de uma explosão da União Monetária, formada por 17 países, e recomenda para isso que o BCE "intervenha nos mercados da dívida, a fim de manter o diferencial (das taxas) entre os países (do bloco) em níveis justificados pelos fundamentos de suas economias".
A Itália e a Espanha, terceira e quarta economias da Eurozona, se veem obrigadas a se financiar a preços exorbitantes, apesar das reformas drásticas e dos programas de austeridade draconiana que adotaram por causa do receio dos mercados.
O presidente do BCE, Mario Draghi, disse estar decidido a se empenhar para salvar o euro, incluindo intervenções diretas da instituição no mercado de obrigações da dívida soberana, e deverá revelar detalhes e condições dessas intervenções em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira.
A OCDE insiste junto ao BCE que rebaixe sua taxa básica ou que, ao menos, a use para fazer empréstimos aos bancos, e pede aos países da Eurozona que acelerem os projetos de união bancária mediante garantias conjuntas de depósitos e a adoção de mecanismos comuns de solução da crise.
O OCDE adverte que o agravamento da crise da Eurozona fragilizou as perspectivas de reativação em 2012 em seis dos sete países do G7 (Estados Unidos, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Itália e Canadá). A exceção é o Japão, em processo de recuperação após o tsunami e o acidente nuclear que, em 2011, devastaram o nordeste do país.