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O;Neill cai por inabilidade e por mudanças no Congresso americano

Nesta sexta-feira, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Paul ONeill, renunciou encerrando dois anos de mandato. A queda de ONeill derruba o pressuposto do presidente americano George W. Bush: a experiência dos profissionais da iniciativa privada seria vital para tocar a máquina do governo com eficiência e voz unida. anunciou nesta sexta-feira sua renúncia […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h26.

Nesta sexta-feira, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Paul ONeill, renunciou encerrando dois anos de mandato. A queda de ONeill derruba o pressuposto do presidente americano George W. Bush: a experiência dos profissionais da iniciativa privada seria vital para tocar a máquina do governo com eficiência e voz unida. anunciou nesta sexta-feira sua renúncia do cargo. Segundo a Casa Branca, ele deixa a função "nas próximas semanas". A renúncia de ONeill teria sido solicitada pela Casa Branca, disse uma autoridade do governo.

Ele vinha sendo muito criticado pela mídia e pelos investidores americanos pelo enfraquecimento da economia local, como o crescimento do déficit público e do desemprego. Ele veio do conglomerado de alumínio Alcoa.

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O secretário não sofre por causa do seu passado no setor privado. Seu ponto fraco é mesmo o presente. Acostumado a falar o que pensa, ONeill foi um dos campeões de gafes do governo Bush. Tinha também o hábito de desaparecer em horas cruciais. Mas, às vezes, seria melhor que ele não reaparecesse, em particular quando falava sobre o Brasil e sobre contas secretas em bancos suíços.

ONeill, um ex-capitão de indústria, não transmitia firmeza ao mundo financeiro como o banqueiro Robert Rubin, que foi secretário do Tesouro no governo Clinton. Eram dias gloriosos de prosperidade e Rubin sabia tocar o barco nos momentos de tempestade em Wall Street. ONeill já era há algum tempo um dos favoritos nas especulações sobre quem seria o primeiro ministro a cair após as eleições para o Congresso em novembro.

Efeito cascata

O assessor econômico da Casa Branca, Lawrence Lindsey, pediu demissão, pouco depois de ser anunciada a saída do secretário do Tesouro, Paul ONeill, informou um graduado funcionário da Casa Branca nesta sexta-feira.

"Larry Lindsey entregou a sua demissão ao presidente para seguir novos desafios fora do governo", disse o funcionário.

ONeill e o Brasil

Em agosto deste ano, ONeill havia sugerido que a ajuda externa ao Brasil e a seus vizinhos poderia acabar em uma conta bancária na Suíça. A Casa Branca correu para apagar o incêndio e disse que apoiava a ajuda internacional para o Brasil depois que o presidente Fernando Henrique Cardoso pediu uma retratação ao governo norte-americano a respeito das declarações.

Um mês antes, ONeill declarou: "Estou convencido que (o presidente do Banco Central, Armínio) Fraga, e o governo brasileiro estão perseguindo políticas econômicas sólidas de longo prazo que criam as bases de uma estabilidade econômica e financeira". "Apoiamos totalmente seus esforços e intenções", disse ONeill.

A carta de renúncia

Leia, a seguir, a íntegra da carta a Bush:

"Prezado senhor presidente,

Eu, por meio desta carta, renuncio ao meu cargo de Secretário do Tesouro.

Foi um privilégio servir à nação durante este momento desafiador. Eu lhe agradeço a oportunidade.

Desejo-lhe muito sucesso na sua tarefa de liderança e inspiração para os Estados Unidos e para o mundo."


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