Número de postos de trabalho cresce mais no interior
Agronegócios e migração de indústrias levam empregos formais para fora de regiões metropolitanas
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h49.
A expansão do agronegócio e a saída das indústrias das capitais está levando os empregos formais para o interior do país. Em alguns estados, a taxa de crescimento das contratações, no interior, é o dobro da registrada na capital. A conclusão é de pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), baseada no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego. O Caged registra a evolução dos empregos com carteira assinada no país.
No primeiro trimestre, foram contratados 776 mil funcionários nesta situação. O interior respondeu por cerca de três quartos das vagas, ou 582 mil empregos. "Enquanto o emprego nas capitais dos estados aumentou 2,4%, no interior o ritmo de crescimento foi duas vezes maior: 4,1%", afirmou o estudo. A CNI assinala que esta é uma tendência antiga. Em 1998, 59% dos empregos formais estavam no interior. No primeiro trimestre de 2004, a taxa atingiu 69%.
Baseado no Caged, o estudo afirma que as pesquisas que apuram o nível de desemprego apenas nas regiões metropolitanas - caso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - podem não refletir a real situação do país, já que a abertura de vagas no interior não é computada. Como exemplo, a CNI comparou a evolução do emprego formal nas seis localidades pesquisadas pelo IBGE (veja tabela abaixo).
Com exceção de Minas Gerais, onde o número de vagas no interior variou menos que o da capital na comparação entre os primeiros trimestre de 2003 e 2004, as análises apontam maior dinamismo fora das capitais. Na média das seis regiões metropolitanas, o contingente com carteira assinada cresceu 2,7% na comparação dos dois períodos. Já a média do interior dos estados ficou em 3,8%.
A indústria de transformação contribuiu para o aumento dos empregos no interior. Enquanto o volume de empregos formais subiu 1,2% nas seis regiões metropolitanas no primeiro trimestre do ano, ante igual período de 2003, no interior, o avanço foi de 4,4%. O agronegócio impulsionou estados como Mato Grosso, que vem se destacando pela produção de grãos. O interior matogrossense ampliou em 9,6% o número de carteiras assinadas, enquanto Cuiabá recuou 2,2%.
Evolução da População Ocupada | |||
Variação (em %) 1º trimestre 2004 / 1º trimestre 2003 | |||
Estado | Região Metropolitana | Interior | |
Pernambuco | 3 | 1 | 8,1 |
Bahia | 3,9 | 2,6 | 5,5 |
Minas Gerais | 3,8 | 3,9 | 3,8 |
Rio de Janeiro | 2,9 | 2,8 | 3,4 |
São Paulo | 2,8 | 2,5 | 3,3 |
Rio Grande do Sul | 3,6 | 2,6 | 4,7 |
Total | 3,1 | 2,7 | 3,8 |
Fonte: Caged |