Economia

Nova Cofins vai elevar a carga tributária, diz IBPT

A nova Cofins vai elevar a carga tributária. O IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) fez uma projeção sobre um possível impacto do novo cálculo da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), que está no texto da reforma tributária aprovado pela Câmara. O item, que está tramitando no Senado, determina a não-cumulatividade da […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h23.

A nova Cofins vai elevar a carga tributária. O IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) fez uma projeção sobre um possível impacto do novo cálculo da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), que está no texto da reforma tributária aprovado pela Câmara. O item, que está tramitando no Senado, determina a não-cumulatividade da contribuição. Dos 93 setores da economia brasileira pesquisados pelo instituto, 67 setores (ou 72%) terá aumento efetivo de carga tributária da Cofins, se o governo mantiver a opção de usar as mesmas regras do PIS.

O PIS teve elevada a sua alíquota de 0,65% para 1,65%, mas diminuindo o seu efeito de cumulatividade, o chamado efeito cascata, permitindo a utilização de créditos sobre matérias-primas e outros valores pagos a pessoas jurídicas com domicílio no país. "Apesar disso, o custo efetivo do PIS para a maior parte das empresas aumentou (de 0,65% para 0,91% em média), refletindo no preço final das mercadorias e serviços (custo médio do PIS era de 1,94%, passando para 2,29%, ou seja, 0,35% de aumento no preço final)", diz o IBPT em relatório (veja a tabela abaixo).

A arrecadação do PIS no período de janeiro a setembro de 2002 (contribuição cumulativa) foi de R$ 9,14 bilhões, representando 5,21% do total arrecadado pela Receita Federal neste período. Com a não-cumulatividade do PIS, a arrecadação desta contribuição cresceu 38,4% (crescimento nominal) nos nove primeiros meses de 2003, em comparação com o mesmo período de 2002, atingindo R$ 12,65 bilhões, ou seja, um aumento de R$ 3,51 bilhões, passando a representar 6,41% do total arrecadado pela Receita.

Em relação ao PIB, o IBPT avalia que a arrecadação do PIS entre janeiro e setembro de 2002 representou 0,95%, enquanto que no mesmo período de 2003 esta relação passou para 1,18%, representando, portanto, um crescimento real de 24,21%. "Isto demonstra que a mudança na cobrança do PIS gerou um aumento de custo tributário para as empresas, e por conseguinte no preço final dos produtos e serviços consumidos no mercado nacional."

Cofins

O IBPT projetou a mesma metodologia para o cálculo da Cofins. Descobriu que a alíquota, que é hoje de 3% e que passará para 7,6%, impactará no custo das empresas. "O custo efetivo sobre o faturamento, na média dos setores pesquisados, passará de 3% para 4,01%, representando um aumento real de cerca de 33,67%", afirma o IBPT, em estudo assinado pelo tributarista João Eloi Olenike e pelo advogado tributarista Gilberto Luiz do Amaral.

CUSTO EFETIVO DA COFINS NÃO-CUMULATIVA
Projeção do IBPT feita com a sistemática do PIS
Indústrias  
Indústria de borracha
3,60%
Indústria de calçados
3,37%
Indústria de materiais para construção
2,68%
Indústria de Couros, Peles e Assemelhados
3,37%
Indústria Editorial e Gráfica 2,72% Indústria de madeira
3,60%
Indústria de material elétrico, eletrônico e de comunicação
2,35%
Indústria de material de transporte
2,35%
Indústria mecânica
2,31%
Indústria metalúrgica
2,45%
Indústria mobiliária
2,63%
Indústria de papel, papelão e celulose
2,68%
Indústria de produtos alimentares
2,49%
Indústria de produtos de matérias plásticas
3,44%
Indústria de produtos minerais não-metálicos
2,86%
Indústria química
2,68%
Indústria têxtil
2,40%
Indústria de aparelhos , instrumentos, equipamentos e artefatos
2,45%
Extração de minerais
3,55%
Extração vegetal
3,55%
Indústria de Adubos e Fertilizantes
4,66%
MÉDIA DO SETOR
2,96%
Comércio Atacadista
Aparelhos, equipamentos e máquinas
2,95%
Artefatos de tecidos
2,91%
Artigos de armarinho, esportivos, p/cozinha,tapeçaria e vestuário
3,09%
Bicicletas e triciclos
2,91%
Brinquedos
3,05%%
Calçados
3,05%
Cooperativas Couros
3,00%
Instrumentos Musicais
2,95%
Fibras vegetais
3,28%
Laticínios
3,18%
Livros, jornais e revistas
2,86%
Madeiras em geral
3,28%
Materiais de Construção
3,28%
Metais preciosos
3,18%
Móveis
2,86%
Pães
2,95%
Papel
2,82%
Peças e acessórios para veículos
2,86%
Plantas e Flores
3,09%
Roupas
2,91%
Vidros
2,82%
MÉDIA DO SETOR
3,01
Comércio Varejista
Animais vivos para criação doméstica
6,32%
Aparelhos, máquinas e equipamentos
3,60%
Artigos de armarinho, esportivos, p/cozinha, tapeçaria e vestuário
3,55%
Bicicletas e triciclos
3,14%
Bombas e Compressores
3,28%
Borracha, plástico, espuma e artefatos
3,28%
Brinquedos
3,32%
Calçados
3,18%
Couros
3,14%
Ferragens, ferramentas e produtos metalúrgicos
3,18%
Instrumentos Musicais
3,14%
Fibras vegetais
4,57%
Joalherias
4,02%
Laticínios
3,65%
Madeiras em geral
3,60%
Materiais de Construção
3,60%
Metais preciosos
3,51%
Mercadorias em geral (lojas de departamentos e supermercados)
3,32%
Minerais
3,28%
Móveis
3,18%
Óticas
3,23%
Panificadoras e confeitarias
3,18%
Papelarias
3,18%
Peças e acessórios para veículos em geral
3,14%
Plantas e Flores
3,32%
Produtos Alimentícios
3,14%
Roupas de uso profissional
3,18%
Tecidos
3,18%
Vidros
3,09%
Apicultura
3,14%
Avicultura
3,14%
Bovinocultura
3,14%
Cafeicultura
3,14%
Cana de açúcar
3,14%
Floricultura
3,32%
Horticultura
3,32%
Ovinocultura
3,14%
Suinocultura
3,14%
Raízes e tubérculos
3,32%
Sementes e mudas
3,32%
Cereais, leguminosas e oleaginosas (arroz, milho, trigo, feijão, soja,
amendoim, etc.)
3,32%
MÉDIA DO SETOR
3,39%
Serviços
Serviços de administração, locação e arrendamento de bens
e serviços
5,91%
Loteamento e incorporação de bens imóveis
5,91%
Serviços de alojamento e alimentação
5,58%
Serviços auxiliares diversos
5,58%
Serviços pessoais e profissionais
6,18%
Serviços de radiodifusão, televisão e diversão
3,00%
Serviços de reparação, manutenção e instalação
5,31%
Serviços de saúde
5,26%
Serviços de transportes
4,94%
Instituições de Ensino
5,68%
MÉDIA DO SETOR
5,34%
ALÍQUOTA MÉDIA EFETIVA (PONDERADA/PIB)
4,01%
IMPACTO NOS PREÇOS FINAIS ATUAL
6,31%
IMPACTO NOS PREÇOS FINAIS NÃO-CUMULATIVIDADE .
8,39%
Fonte: IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário)
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