Pessoas passam por um restaurante fechado da rede McDonald's, em Moscou (Tatyana Makeyeva/Reuters)
Diogo Max
Publicado em 11 de abril de 2015 às 15h33.
São Paulo – A Rússia está apostando suas fichas no lançamento de sua própria rede de fast food para competir com o McDonald's.
O custo? 1 bilhão de rublos, algo em torno de 58 milhões de reais. E o mais interessante: a ideia de criar esse fast food não partiu de um chef.
Veio, sim, de Nikita Mikhalkov, um cineasta famoso na Rússia e que já ganhou um Oscar, em 1994, com o filme "O Sol Enganador".
Nesta semana, o diretor encontrou-se com uma autoridade do governo russo e já conseguiu uma promessa de empréstimo para cobrir 70% do investimento, segundo a imprensa daquele país.
Mikhalkov, inclusive, escreveu uma carta ao presidente Vladimir Putin pedindo apoio ao seu projeto patriótico "Vamos comer em casa!", uma alternativa às redes de fast food do ocidente.
A carta do cineasta, ainda segundo a imprensa da Rússia, argumenta que a rede de 41 restaurantes e 91 quiosques de alimentação irá utilizar produtos locais, que irão impulsionar a agricultura.
Vale salientar que o diretor é um grande defensor do presidente russo.
A Rússia baniu a maioria das importações de alimentos em resposta às sanções econômicas impostas pela União Europeia e os Estados Unidos.
E o McDonald's é umas das empresas que sofreram um baque na Rússia, já que as autoridades fecharam vários restaurantes da rede pelo país.
Segundo a CNN Money, os motivos têm a ver com preocupações sanitárias, muito embora as razões políticas foram amplamente responsabilizadas pela repressão.
O impasse geopolítico em que o país se meteu por conta da crise na Ucrânia e a queda no preço do barril de petróleo não será resolvido tão cedo.
É o que prevê o Banco Mundial em seu novo relatório.
Para a instituição, as sanções devem continuar em vigor no ano que vem, podendo alterar definitivamente "a estrutura da economia russa e como ela se integra ao resto do mundo"
Neste ano, a economia da Rússia deve enfrentar uma recessão de 3,8% em 2015 e de 0,3% em 2016.
A pobreza, que foi de 40% da população em 2001 para 10% em 2010, deve subir para 14,2% – o que não acontecia desde as crises de 1998 e 1999.
A inflação anualizada já chegou a 15% e deve cair só no ano que vem.