Negociação entre EUA e China foca em reduzir déficit comercial
Um acordo definitivo para resolver profundas diferenças comerciais pode levar um tempo, afirmou assessor comercial da Casa Branca, Larry Kudlow
Reuters
Publicado em 19 de maio de 2018 às 11h32.
Última atualização em 19 de maio de 2018 às 11h35.
Washington/Pequim - A China está "atendendo muitas" das exigências da administração Trump para reduzir o superávit comercial com os Estados Unidos , mas um acordo definitivo para resolver as profundas diferenças comerciais pode levar um tempo, afirmou na sexta-feira o assessor comercial da Casa Branca, Larry Kudlow.
"A China tem que vir ao comércio", disse Kudlow a repórteres na Casa Branca, quando autoridades dos EUA se reuniram com uma delegação chinesa pelo segundo dia em Washington.
"Eles estão atendendo muitas de nossas exigências. Ainda não há acordo, e provavelmente levará um tempo para acontecer, mas eles estão se empenhando."
Kudlow disse que os chineses ofereceram um pacote de compras de bens dos EUA e outras medidas para reduzir o superávit comercial anual da China com os EUA em cerca de 200 bilhões de dólares, contradizendo um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês que negou que tal redução havia sido oferecida.
"Esse rumor não é verdade. Isso eu posso confirmar para vocês", disse o porta-voz Lu Kang em entrevista à imprensa na sexta-feira, acrescentando que as discussões em Washington "são construtivas".
Kudlow disse que a oferta chinesa inclui compras de commodities energéticas e agrícolas, acrescentando que "o número é um bom número" e que a China também precisará reduzir barreiras não-tarifárias e concordar com um "processo comprovável segundo o qual a transferência de tecnologia e o roubo de propriedade intelectual pare".
O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou adotar tarifas sobre até 150 bilhões de dólares em bens chineses para combater o que ele diz ser apropriação ilegal por Pequim de tecnologia norte-americana. Pequim ameaça retaliação, incluindo tarifas sobre algumas das maiores importações dos EUA, incluindo aeronaves, soja e automóveis.