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Nações emergentes têm mais poder de fogo fiscal e monetário, diz Economist

Apesar do bom desempenho frente aos países ricos, Brasil aparece com menos espaço para manobras em relação a outras economias em desenvolvimento, destaca a publicação

Economia Global (SXC.Hu)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2012 às 17h16.

São Paulo – Ao mesmo tempo em que a maioria dos países ricos não possui espaço para reduzir a taxa básica de juros para estimular a economia ou elevar a dívida pública para incentivar o crescimento, as nações emergentes detêm a sua disposição poder de fogo fiscal e monetário, destaca levantamento feito pela revista britânica The Economist e que avaliou a performance de 27 países, incluindo o Brasil .

A constatação surge diante da possibilidade de agravamento da crise de dívida na Europa, e avalia o quanto cada nação poderia flexibilizar sua política monetária e fiscal para conter os efeitos negativos procedentes da turbulência que afeta a região.

O ranking da Economist utilizou cinco indicadores para avaliar a capacidade de cada país em alterar as políticas monetária e fiscal. São eles: inflação, concessão de crédito (o crescimento dos empréstimos bancários menos o avanço do PIB nominal), a taxa de juros real, as movimentações nas cotações da moeda local e os balanços de conta corrente.

As pontuações obtidas por cada uma das 27 economias analisadas foram somadas, produzindo uma média geral de capacidade de manobra monetária. Em seguida, a equipe de pesquisa da Economist elaborou o índice de flexibilidade monetária, combinando a dívida pública de cada nação com o déficit orçamental.

O gráfico abaixo mostra o resultado do estudo, onde os países em “verde” possuem mais espaço para alterar a política monetária, enquanto as nações em “vermelho” possuem pouca abertura para a realização de manobras.

A ilustração mostra que China, Indonésia e Arábia Saudita tem maior capacidade para alterar o juro ou elevar a dívida pública, ao mesmo tempo em que Chile, Peru, Rússia, Cingapura e Coreia do Sul também possuem ‘luz verde’ para realizar ajustes em suas respectivas economias.

Na contramão, Egito, Índia e Polônia tem menos espaço para estimular o crescimento, ao mesmo tempo em que Argentina, Brasil, Hungria, Turquia, Vietnã e Paquistão estão na “zona vermelha”, com pouco ou basicamente sem espaço para promover ajustes fiscais e monetários.

Ressalvas

A Economist lembra que parte do espaço para manobras nas políticas monetária e fiscal já foi utilizado por emergentes durante a crise de crédito subprime nos Estados Unidos entre 2008 e 2009, quando estas nações detinham um pequeno superávit em seus orçamentos.

Atualmente, apesar das oportunidades de flexibilização terem sido reduzidas, os países emergentes ainda podem se beneficiar do baixo déficit nos gastos públicos: 2% do PIB em 2010, contra os 8% visto em nações ricas, em especial as que compõem o G7 (grupo dos sete países mais desenvolvidos do mundo).

Brasil

A publicação britânica destaca ainda que o Brasil tem ignorado o "alerta vermelho" ao ter reduzido a taxa básica de juros (Selic) em quatro vezes desde agosto do ano passado, para os atuais 10,50% ao ano.

Na última alteração feita em 18 de janeiro, a autoridade monetária sinalizou que novos cortes poderão ocorrer durante as próximas reuniões.

A iniciativa deve estimular o crescimento da economia brasileira, mas poderá também reacender os problemas relacionados com a inflação alta. "Ignorar o sinal vermelho é um risco", alerta a Economist.

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São Paulo – Ao mesmo tempo em que a maioria dos países ricos não possui espaço para reduzir a taxa básica de juros para estimular a economia ou elevar a dívida pública para incentivar o crescimento, as nações emergentes detêm a sua disposição poder de fogo fiscal e monetário, destaca levantamento feito pela revista britânica The Economist e que avaliou a performance de 27 países, incluindo o Brasil .

A constatação surge diante da possibilidade de agravamento da crise de dívida na Europa, e avalia o quanto cada nação poderia flexibilizar sua política monetária e fiscal para conter os efeitos negativos procedentes da turbulência que afeta a região.

O ranking da Economist utilizou cinco indicadores para avaliar a capacidade de cada país em alterar as políticas monetária e fiscal. São eles: inflação, concessão de crédito (o crescimento dos empréstimos bancários menos o avanço do PIB nominal), a taxa de juros real, as movimentações nas cotações da moeda local e os balanços de conta corrente.

As pontuações obtidas por cada uma das 27 economias analisadas foram somadas, produzindo uma média geral de capacidade de manobra monetária. Em seguida, a equipe de pesquisa da Economist elaborou o índice de flexibilidade monetária, combinando a dívida pública de cada nação com o déficit orçamental.

O gráfico abaixo mostra o resultado do estudo, onde os países em “verde” possuem mais espaço para alterar a política monetária, enquanto as nações em “vermelho” possuem pouca abertura para a realização de manobras.

A ilustração mostra que China, Indonésia e Arábia Saudita tem maior capacidade para alterar o juro ou elevar a dívida pública, ao mesmo tempo em que Chile, Peru, Rússia, Cingapura e Coreia do Sul também possuem ‘luz verde’ para realizar ajustes em suas respectivas economias.

Na contramão, Egito, Índia e Polônia tem menos espaço para estimular o crescimento, ao mesmo tempo em que Argentina, Brasil, Hungria, Turquia, Vietnã e Paquistão estão na “zona vermelha”, com pouco ou basicamente sem espaço para promover ajustes fiscais e monetários.

Ressalvas

A Economist lembra que parte do espaço para manobras nas políticas monetária e fiscal já foi utilizado por emergentes durante a crise de crédito subprime nos Estados Unidos entre 2008 e 2009, quando estas nações detinham um pequeno superávit em seus orçamentos.

Atualmente, apesar das oportunidades de flexibilização terem sido reduzidas, os países emergentes ainda podem se beneficiar do baixo déficit nos gastos públicos: 2% do PIB em 2010, contra os 8% visto em nações ricas, em especial as que compõem o G7 (grupo dos sete países mais desenvolvidos do mundo).

Brasil

A publicação britânica destaca ainda que o Brasil tem ignorado o "alerta vermelho" ao ter reduzido a taxa básica de juros (Selic) em quatro vezes desde agosto do ano passado, para os atuais 10,50% ao ano.

Na última alteração feita em 18 de janeiro, a autoridade monetária sinalizou que novos cortes poderão ocorrer durante as próximas reuniões.

A iniciativa deve estimular o crescimento da economia brasileira, mas poderá também reacender os problemas relacionados com a inflação alta. "Ignorar o sinal vermelho é um risco", alerta a Economist.

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