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Brasil pode fazer melhor para reduzir pobreza, diz Wolfowitz

Presidente do Banco Mundial também elogia Programa Bolsa Família, do governo federal. Financiamentos da instituição no Brasil somam US$ 5,6 bilhões

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h22.

Sem crescimento econômico não é possível reduzir a pobreza, e nesse campo o Brasil "pode fazer melhor". É a opinião de Paul Wolfowitz, ex-assessor linha-dura do presidente americano George W. Bush que tornou-se presidente do Banco Mundial. Mas Wolfowitz não especificou quais medidas o governo brasileiro pode adotar para acelerar a expansão do Produto Interno Bruto. Antes, ponderou que os países que evitaram "decisões duras" em matéria econômica acabaram atolados em hiperinflação.

Em visita de seis dias ao país para supervisionar os programas financiados pela instituição que dirige desde março, Wolfowitz elogiou nesta terça-feira (20/12) o programa Bolsa Família, mantido pelo governo federal, em que o banco participa com financiamento de 572 milhões de dólares. "O Bolsa Família é um sucesso real", afirma. "Podemos contribuir com esse programa. Pouco, mas podemos." A meta do governo para este ano é aplicar 6,5 bilhões de reais no Bolsa Família e atender 8 milhões de famílias.

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Há atualmente 55 projetos em andamento no Brasil com financiamento de instituições sob o guarda-chuva do Banco Mundial, especialmente do Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (Bird), que só financia governos, e do International Finance Corporation (IFC), subsidiária do grupo para operações junto à iniciativa privada. No total, a carteira da instituição no país soma 5,6 bilhões de dólares em projetos como a linha 4 do metrô de São Paulo (com 209 milhões de dólares), recuperação e descentralização de rodovias federais (300 milhões), proteção de florestas tropicais (351 milhões) e reforma do setor energético (454 milhões).

Bolívia

Questionado sobre a vitória do socialista Evo Morales nas eleições presidenciais da Bolívia, Wolfowitz foi cauteloso. "A democracia é o pior sistema de governo, com exceção de todas as demais alternativas." Como vice-secretário de Defesa de Bush entre 2001 e 2005, o agora presidente do Banco Mundial foi influência decisiva na estratégia de invasão do Iraque, em nome do combate ao terrorismo.

Sobre as declarações de Morales, de que pretende restabelecer a soberania boliviana sobre seus recursos naturais, Wolfowitz afirmou: "Ter grandes reservas de petróleo e gás natural pode ser uma bênção ou uma maldição. Espero que no caso boliviano seja uma bênção." Matemático formado pela Universidade de Cornell, Nova York, o primeiro trabalho de Wolfowitz para o governo americano, entregue em 1966, versava sobre o impacto dos subsídios agrícolas.

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