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Mudança do regime de câmbio chinês ajuda a fortalecer o real

Flutuação do yuan frente a uma cesta de moedas dará mais competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo, o que contribuirá para um real forte

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h24.

A mudança do regime cambial chinês, anunciada nesta quinta-feira (21/7), terá efeitos positivos sobre a economia brasileira, segundo a consultoria Tendências. Alvo de críticas ferozes dos Estados Unidos e dos europeus nos últimos meses, o regime de câmbio fixo entre o yuan e o dólar permitia condições artificiais de concorrência dos produtos chineses no mercado internacional. Agora, a consultoria espera que a flutuação do yuan em relação a uma cesta de moedas dará mais competitividade dos produtos brasileiros.

As condições mais favoráveis para a exportação brasileira ajudará a balança comercial do país, o que colaborará na preservação de um real forte frente ao dólar, segundo os analistas. A valorização da moeda brasileira também será sustentada por um outro fator. A flutuação do yuan não gerará um desaquecimento acentuado da economia chinesa. Assim, os preços das commodities no mercado internacional não sofrerão grandes impactos, o que favorecerá novamente a pauta de exportações do Brasil.

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O terceiro motivo para se esperar um fortalecimento do real frente ao dólar é um possível aumento de liquidez para os países emergentes. Como o yuan flutuará em relação a uma cesta de moedas, a estratégia chinesa só funcionará se o país passar a operar no mercado de câmbio, comprando moedas dessa cesta que estejam se desvalorizando e vendendo as que estiverem com o preço acima do desejado. Desta forma, a atuação das autoridades monetárias da China atenuaria fortes flutuações de sua moeda. Antes da liberação do câmbio, a China provavelmente já aumentou suas reservas em moedas estrangeiras, de acordo com a Tendências.

No longo prazo, o processo reduzirá o peso do dólar nas reservas internacionais da China, o que diminuirá o apetite do país pelos Tresuries, os títulos da dívida pública americana. Com isso, os Estados Unidos serão forçados a elevar suas taxas de juros, a fim de manter a atratividade dos papéis. Mas, como a flutuação do yuan está ocorrendo de modo bastante suave no dia da liberação do câmbio, a moeda valorizou-se apenas 2,1%, de 8,28 yuans por dólar para 8,11 yuans os analistas afastam a possibilidade de uma alta brusca dos juros americanos de longo prazo.

"Efetivamente, a mudança pode até resultar em aumento de liquidez para países emergentes, na medida em que mitiga a incerteza sobre a determinação das taxas de juros de longo prazo americanas", diz o relatório da Tendências divulgado nesta sexta-feira (22/7).

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