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Ministros das Finanças do G7 evitam temas mais polêmicos em Bari

Os países do G7 estão preocupados pela nova orientação da administração americana em relação ao comércio internacional, após a eleição de Trump

Reunião em Bari: "Os americanos são livres para eleger sua política. Mas espero que essa política se integre no contexto internacional" (Alessandro Bianchi/Reuters)
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AFP

Publicado em 12 de maio de 2017 às 16h50.

Última atualização em 15 de maio de 2017 às 11h52.

Os ministros das Finanças do G7 se reúnem nesta sexta-feira e no sábado na cidade italiana de Bari para abordar, entre outros temas, a visão econômica do novo governo americano , mas deixando de lado questões mais espinhosas, como o comércio mundial.

"Precisamos entender quais serão os planos, suas decisões. A administração (americana) já está há bastante tempo na função e temos a oportunidade de nos conhecermos melhor", declarou o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici.

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Os países do G7 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, o Reino Unido, Itália e Canadá) estão preocupados pela nova orientação da administração americana em relação ao comércio internacional, após a eleição do presidente Donald Trump.

"Os americanos são livres para eleger sua política. Mas espero que essa política se integre no contexto internacional, o que também significa multilateralismo" e "compromisso com o livre-comércio", acrescentou Moscovici.

Embora o debate entre o livre-comércio e o protecionismo não estará, na agenda da reunião dos ministros das finanças do G7, o secretário americano de Tesouro, Steven Mnuchin, está disposto a abordar essa questão em reuniões bilaterais, afirmou um funcionário de Washington.

O tema estará no programa de negociações entre os chefes de Estado e de Governo do G7, que se reunirão na Sicília no final do mês, asseguraram as autoridades italianas, anfitriãs do encontro.

Washington considera que os demais países já estão "conscientes" do fato de que "a administração Trump quer relações comerciais mais equitativas, equilibradas e recíprocas com [seus] sócios-chaves", assegurou nesta semana um funcionário do governo americano.

Ceticismo

Os sócios dos Estados Unidos são bem mais céticos sobre os resultados dessa reunião, segundo um alto funcionário de um dos países participantes. "Não estou convencido de que conseguiremos (...) uma maior visibilidade sobre os desejos americanos", afirmou.

Além do espinhoso tema do protecionismo, a Itália, que preside neste ano o G7, espera poder avançar com sua "agenda de Bari", um programa para reduzir as desigualdades.

O ministro italiano das Finanças, Pier Carlo Padoan, espera que seus colegas adotem um documento a favor de um crescimento inclusivo, em um momento em que cresce a insatisfação daqueles que se sentem excluídos da bonança nas economias desses países.

Padoan mostrou esperança pelo apoio de seu contraparte americano no assunto, apesar de Mnuchin ser partidário do corte de impostos para os mais ricos.

"Há um bom entendimento" sobre este tema entre ambos, disse um alto funcionário italiano da delegação do G7.

Os membros do G7 também previram falar do tema da evasão fiscal. Neste ponto, esperam ter avanços com a ajuda da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento (OCDE), que nos últimos anos transformou essa luta em estandarte.

Neste sentido, o G7 encarregará a OCDE de refletir sobre as formas de enfrentar esquemas cada vez mais complexos de evasão fiscal, informou um funcionário italiano.

Também se esperam avanços em relação à cibersegurança e à luta contra o financiamento ao "terrorismo", dois assuntos "estratégicos", concluíram Mnuchin e Padoan, em reunião bilateral celebrada na quinta-feira em Bari.

Os dois não abordaram, entretanto, o tema dos tributos das multinacionais da informática, conhecido como o "webtax", na agenda do G7 apesar das divergências que suscita entre vários países.

"A 'web tax' é um assunto que ganha forma. Há posturas nacionais distintas, mas o objetivo do G7 é facilitar uma convergência dos pontos de vista", declarou Padoan.

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