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Ministérios se unem para derrubar barreiras tarifárias e incentivar cadeias produtivas

Romper as barreiras tarifárias, de dumping e sanitárias. É nesta missão conjunta que estão empenhados três ministérios: Desenvolvimento, Agricultura e Relações Exteriores. Mesmo que de formas diferentes, essas foram as diretrizes apontadas por representantes das três pastas na Cúpula da Competitividade - Brasil 2003, promovida pelo World Economic Forum (Fórum Econômico Mundial), em Sâo Paulo. […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h00.

Romper as barreiras tarifárias, de dumping e sanitárias. É nesta missão conjunta que estão empenhados três ministérios: Desenvolvimento, Agricultura e Relações Exteriores. Mesmo que de formas diferentes, essas foram as diretrizes apontadas por representantes das três pastas na Cúpula da Competitividade - Brasil 2003, promovida pelo World Economic Forum (Fórum Econômico Mundial), em Sâo Paulo.

Para o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, vice-ministro de Relações Exteriores, a solução é recorrer das barreiras na OMC e, na forma de bloco com o Mercosul, na Alca. "É preciso fortalecer o comércio entre os países do Mercosul e criar acordo para as cadeias produtivas", afirmou o diplomata. "É preciso observar também que os subsídios industriais e as normas anti-dumping também são barreiras."

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Roberto Rodrigues, ministro da Agricultura, acredita que há uma esperança na sinalização de acordo da União Européia com os Estados Unidos sobre subsídios agrícolas, abrindo espaço para as exportações brasileiras agrícolas. "É inevitável", afirmou. Segundo ele, durante a missão aos EUA, o presidente americano, George W. Bush, afirmou que estaria pronto para reduzir tarifas, "desde que a UE também o fizesse".

O ministro não descarta que há um risco de as duas potências fazerem um acordo que exclua ou que não beneficie o Brasil, mas disse que vai trabalhar por isso para evitar um acordo neste sentido. Rodrigues afirmou que o Brasil pode chegar a uma produção de mais 97 milhões de hectares para cultivar, já que atualmente apenas 57 milhões de hectares brasileiros são produtivos. "Apesar de responder por 40% das exportações e por 37% dos empregos, o setor agrícola brasileiro tem menos de 4% do mercado mundial de produtos agrícolas."

Assim como Rodrigues, o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) acredita que o governo precisa desenvolver cadeias produtivas diferentes. "Há 20 setores que precisam ser desenvolvidos. O agrobusiness precisou exportar para sobreviver, já que o mercado interno não absorve a demanda", afirmou o ministro. "Agora, vamos atrás de segmentos que estavam acomodados por terem a demanda interna, como o setor de plástico, por exemplo, que pode dobrar o potencial exportador atingindo um superávit de US$ 800 milhões." Para o ministro, as missões comerciais, a diversificação de produtos e agregar valor ao que é exportado são as receitas para incrementar a balança comercial e tornar o país mais produtivo.

Apoio internacional

"Alguém precisa tomar a iniciativa de pelo menos tentar fazer com que a atual rodada de comércio seja um sucesso. A reforma agrícola claramente é a chave para esta abertura. E o World Economic Forum está utilizando suas funções para forçar um avanço. Ignorar o problema não o fará desaparecer, ao unirmos todas as partes interessadas esperamos estar preparando o caminho para um avanço importante em Cancun", afirmou Jose Maria Figueres, diretor-geral do World Economic Forum.

O WEF já está pedindo o apoio de governos e empresas da América do Sul para ajudarem a alavancar as negociações na área agrícola. No início deste mês, a Força Tarefa de Comércio Agrícola do Forum pediu por reformas justas no sistema global do setor, bem como por esforços de investimentos e de criação de capacidade necessários nos países em desenvolvimento.

Em março, o International Business Council do World Economic Forum divulgou uma declaração pedindo por uma ação urgente na rodada de comércio. O International Business Council (IBC) é formado por 100 dos mais respeitados e influentes executivos de todas os ramos da indústria. O IBC identifica e trata de questões empresariais relevantes mundialmente e desenvolve soluções práticas. "A União Européia e os Estados Unidos devem tomar a liderança (da reforma agrícola). O regime atual de subsídios agrícolas, que custa mais de US$ 300 bilhões, isto é, seis vezes o montante de todo o auxílio enviado para os países em desenvolvimento, não é economicamente eficiente nem moralmente defensível", afirmou o WEF.

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