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Milionário e bilionário brigam por torres em Beverly Hills

Beverly Hills, sede de algumas das propriedades mais caras dos EUA, está se transformando no local de uma batalha cara por imóveis


	Beverly Hilton: beverly Hills, sede de algumas das propriedades mais caras dos EUA, está se transformando no local de uma batalha cara por imóveis
 (Patrick T. Fallon/Bloomberg)

Beverly Hilton: beverly Hills, sede de algumas das propriedades mais caras dos EUA, está se transformando no local de uma batalha cara por imóveis (Patrick T. Fallon/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2016 às 17h56.

Beverly Hills, sede de algumas das propriedades mais caras dos EUA, está se transformando no local de uma batalha cara por imóveis.

De um lado está o construtor Beny Alagem, que inundou os moradores de telefonemas e cartas para promover a votação de uma medida em novembro que lhe permita juntar duas torres de apartamentos já planejadas em um único edifício que seria o mais alto do enclave sul da Califórnia.

Alagem, dono do hotel Beverly Hilton, já gastou US$ 3,1 milhões na campanha, isto é, quase US$ 140 por cada um dos 22.500 eleitores registrados na cidade.

Do outro lado há um adversário com bolsos ainda mais cheios e planos próprios para a comunidade rica no meio do caminho entre o centro de Los Angeles e o litoral do Pacífico.

A Dalian Wanda Group, uma construtora imobiliária chinesa dirigida por Wang Jianlin – a 19° pessoa mais rica do mundo, com uma fortuna líquida de US$ 32,7 bilhões – propõe construir duas torres no outro lado da rua do projeto de Alagem.

A Wanda Group também pretende gastar um montante não revelado para rejeitar a votação, segundo um documento apresentado na prefeitura.

“Procuramos um compromisso, mas eles decidiram apostar tudo”, disse o prefeito de Beverly Hills, John Mirisch, que se opõe à proposta de Alagem.

Embora Mirisch não tenha tomado posição sobre o plano da Wanda Group, que projeta um prédio de 15 andares com um hotel e apartamentos e outro ao lado com 13 andares de apartamentos, ele elogiou a empresa por procurar a aprovação da cidade ao invés de procurar diretamente os eleitores.

Testemunhas

No dia 25 de agosto, a Wanda Group apresentou formulários para criar um comitê que levantaria dinheiro para se opor à votação que Alagem quer fazer, que busca combinar dois edifícios já aprovados em uma única torre de 26 andares e reservar o restante do terreno para um parque com jardins públicos.

O comitê, Beverly Hills Residents and Businesses to Preserve Our City, não apresentou nenhuma declaração financeira, e Rohan a’Beckett, vice-gerente-geral da Wanda Beverly Hills Properties, não respondeu a uma pergunta sobre o quanto sua empresa está preparada para gastar.

Em uma reunião da comissão de planejamento da cidade feita no dia 23 de agosto, advogados e consultores de Alagem e sua empresa Oasis West Realty testemunharam contra o projeto da Wanda Group.

Eles disseram que congestionaria o trânsito na área e colocaria em perigo o Beverly Hilton, aberto em 1953, sede dos Prêmios Globo de Ouro e Daytime Emmy.

‘O povo deu seu veredicto’

Alagem, um americano com ascendência israelense que em 1986 fundou a empresa de computação que utiliza o nome Packard Bell, disse que se surpreendeu ao saber que a Wanda Group pretende gastar dinheiro contra sua proposta.

Ele rejeitou as críticas, feitas pelo prefeito e por outras pessoas, de que ele está tentando contornar os processos normais de planejamento da cidade com uma votação.

Em 2008, os eleitores da cidade aprovaram seu plano para construir duas torres adjacentes de 8 e 18 andares, e tudo que Alagem está tentando fazer agora é juntá-las, mas também desenvolver um parque, disse ele.

Robert Tanenbaum, presidente da Beverly Hills North Homeowners Association, se opôs ao plano de duas torres de Alagem em 2008, mas disse que agora está na hora de os dissidentes desistirem.

O projeto revisado, com espaço verde, é melhor para a comunidade do que o já aprovado pelos votantes, disse Tanenbaum.

“Em 2008, o povo deu seu veredicto”, disse ele. “Voltar ao público foi a coisa certa”.

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