Economia

Meta de inflação nos próximos anos é estudada, diz Meirelles

Além disso, o ministro da Fazenda esclareceu que o novo conjunto de ações microeconômicas visa, entre outros objetivos, a reduzir a burocracia das empresas

Meirelles: ele afirmou que, superada a recessão, o importante é trabalhar para um aumento consistente do potencial de crescimento do Brasil (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Meirelles: ele afirmou que, superada a recessão, o importante é trabalhar para um aumento consistente do potencial de crescimento do Brasil (Rodolfo Buhrer/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de fevereiro de 2017 às 19h42.

São Paulo - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira, 1, que a meta de inflação dos próximos anos será definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em junho e que o governo espera a proposta que deve ser feita pelo Banco Central.

Na terça-feira, 31, o presidente da autoridade monetária, Ilan Goldfajn, comentou que a tendência no longo prazo é o Brasil caminhar para uma meta mais parecida com outros países emergentes, em torno de 3%.

"Essa questão da nova meta já está dando controvérsia e eu prefiro não falar muito nisso. Uma pessoa só falando já gerou muito mal entendido, imagina duas", afirmou ao chegar para um evento do Credit Suisse.

Mesmo assim, ele ressaltou não haver dúvidas de que a tendência da inflação no Brasil num prazo maior é de queda. "O BC está fazendo um bom trabalho e problemas como a expansão fiscal, a segurança jurídica, estão sendo endereçados. A tendência de longo prazo é de queda do juro estrutural e também da inflação."

Meirelles esclareceu que o novo conjunto de ações microeconômicas no qual o governo trabalha visa, entre outros objetivos, a reduzir a burocracia das empresas, bem como o tempo gasto por elas na gestão de compromissos tributários.

Meirelles disse que um dos projetos pretende encurtar para três dias o prazo para abertura de empresas em São Paulo, que hoje leva, na média, 101 dias.

Em outra iniciativa, o governo quer que o tempo consumido nas empresas para pagamento de impostos seja de apenas um quarto das atuais 2,6 mil horas de trabalho por ano.

Meirelles informou que o governo conta com a assessoria e a "experiência internacional" de técnicos do Banco Mundial na elaboração das medidas microeconômicas, que, junto com as reformas estruturais no campo macroeconômico, terão impacto importante na redução do Custo Brasil.

"Acredito que teremos taxas de crescimento bem superiores do que temos hoje", afirmou. "Tudo isso é parte do que estamos trabalhando para construir um novo Brasil, um Brasil eficiente", acrescentou o ministro.

Meirelles afirmou que, superada a recessão, o importante é trabalhar para um aumento consistente do potencial de crescimento do Brasil.

Ele mencionou que alguns economistas citam que o PIB potencial estaria entre 1,5% e 2,5% e que é difícil calcular isso, mas o fato é que deve ter ocorrido uma queda substancial nos últimos anos.

Meirelles apontou que, no Brasil, os ciclos econômicos têm sido muito fortes e que, com o encaminhamento de questões estruturais, como por exemplo o descontrole fiscal, deve haver uma maior estabilidade econômica.

O ministro comentou que os indicadores antecedentes de dezembro, como fluxo em estradas pedagiadas e produção de papelão ondulado, geram uma expectativa positiva para a atividade neste início de ano.

Meirelles também pontuou que a confiança de empresas e famílias voltou a subir. Juntamente com a desaceleração da inflação, esse movimento deve acelerar o processo de desalavancagem e permitir a retomada do consumo e da produção.

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