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Mesmo com redução do IPI, vendas de carros caem 11,3%, diz Anfavea

Mesmo com a redução de 3 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), feita pelo governo no início deste mês, as vendas de veículos nacionais e importados em agosto, foram 11,3% inferiores às do mês de julho (veja tabela abaixo). Os números também são 20% menores se comparados ao mesmo mês de 2002. No […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h06.

Mesmo com a redução de 3 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), feita pelo governo no início deste mês, as vendas de veículos nacionais e importados em agosto, foram 11,3% inferiores às do mês de julho ( veja tabela abaixo ). Os números também são 20% menores se comparados ao mesmo mês de 2002. No acumulado deste semestre, as montadoras também venderam menos veículos em relação ao mesmo período do ano passado, cerca de 9,9%. Os dados do setor foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), nesta quinta-feira (4/9).

Questionado sobre a queda nas vendas, mesmo com a redução do IPI, e sobre as pesquisas da Federação do Comércio do Estado de São Paulo e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), divulgadas esta semana, que mostraram que os preços dos veículos sofreram um pequeno reajuste no mês de agosto, o presidente da Anfavea, Ricardo Carvalho, afirmou que as montadoras estão cumprindo o compromisso assumido com o governo. "Já enviamos e continuamos enviando à Receita Federal notas fiscais que provam que o repasse da redução do IPI às revendas está sendo feito", afirmou Carvalho. "E desconhecemos essas pesquisas".

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Carvalho também disse que a associação não pode afirmar que as concessionárias tenham reduzido ou até mesmo deixado de conceder os bônus aos consumidores, o que explicaria a manutenção ou até mesmo a subida dos preços dos veículos mesmo depois da redução do IPI. "A prática do bônus está mantida, mas ela está muito relacionada a lançamentos e a competição do mercado", afirmou Carvalho. "De qualquer maneira, a Anfavea está conversando com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, a Fenabrave, mas o nosso poder de ação sobre o varejo é limitado".

Para Carvalho, outros motivos podem explicar por que a redução do IPI ainda não provocou um impacto nas vendas dos automóveis. "Agosto foi um mês tumultuado", afirmou ele. "A redução do IPI começou a valer no dia 6, houve menos dias úteis que em julho, e ainda havia a expectativa de queda dos juros para o final do mês." Para a Anfavea, os impactos positivos da medida do governo começarão a aparecer a partir deste mês.

A queda nas vendas se refletiu nas fábricas. Segundo a Anfavea, a produção de veículos em agosto sofreu uma desaceleração de cerca de 11,3% em relação a julho, e de 6% se comparada ao mesmo mês do ano passado. "Estamos com uma capacidade ociosa de 44%", disse Carvalho. No acumulado dos primeiros oito meses deste ano, entretanto, a produção de 2003 foi 1,5% superior ao mesmo período do ano passado.

Notícias que consolam

Em meio a tantas números negativos, a Anfavea também divulgou algumas boas notícias. Uma delas é a de que o país exportou em agosto 519 milhões de dólares em veículos e máquinas agrícolas - um crescimento de 16,7% em relação a julho e o melhor resultado registrado pelo setor desde maio de 1998, quando as montadoras exportaram 527 milhões de dólares.

Carvalho afirmou que a Anfavea está se comunicando com a entidade equivalente a ela na Argentina para discutir uma medida divulgada anteontem pelo governo do país. Ela permite que os consumidores comprem títulos públicos com deságio de cerca de 12% e os utilizem na compra de um veículo novo produzido no país. "Na prática, isso significa comprar um carro com 12% de desconto", disse Carvalho. A medida também recebeu críticas severas do ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, que afirmou que a iniciativa fere as leis do Mercosul. O mercado argentino já representou 32,9% das exportações das montadoras em 1998. No ano passado, entretanto, a fatia do país foi de apenas 7,1%. "A nossa briga não é só pelo volume do mercado, já que hoje outros países são mais importantes para nós", disse Carvalho. "Mas pela discriminação que abre um precedente para que as leis do Mercosul não sejam cumpridas."

Em relação a outros acordos comerciais, Carvalho afirmou que a Anfavea está ansiosa quanto aos resultados da Reunião de Cancún, a ser realizada na próxima semana (10 a 14 de setembro), quando as negociações agrícolas, dentro da Organização Mundial do Comércio (OMC) estarão em pauta. Para o setor automotivo, uma maior abertura de mercado para o setor agrícola brasileiro representaria também um aumento nas vendas de máquinas agrícolas.

Venda de veículos
nacionais e importados
Em milhares de unidades licenciadas
Julho de 2003 113,7
Agosto de 2003 100,8
Queda de 11,3%
Agosto de 2002 126,6
Agosto de 2003 100,8
Queda de 20,4%
Venda acumulada - janeiro a agosto de
2002
957
Venda acumulada - janeiro a agosto de
2003
862
Queda de 9,9%
Fonte: Anfavea
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