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Da Redação
Publicado em 1 de fevereiro de 2010 às 07h24.
São Paulo - Apesar das perspectivas de estabilidade e crescimento econômico para 2010, o banco de investimentos americano BofA Merrill Lynch acredita que o mercado está subestimando os riscos de possíveis mudanças políticas após as eleições do fim do ano. Para o banco, a sucessão pode trazer diferenças que não serão necessariamente positivas.
Um dos exemplos citados é o atual debate sobre o futuro comportamento do governo em relação à meta de inflação. Para os analistas, a revisão da meta visando aceitar níveis mais altos de inflação para estimular o crescimento da economia poderia trazer impactos negativos ao mercado de ações do país.
Os analistas estimam que a corrida à presidência será polarizada entre os candidatos José Serra, do PSDB, e Dilma Rousseff, do PT. Entretanto, os candidatos Ciro Gomes (PSB) e Marina Silva (Partido Verde) devem ser observados, dado que eles representam os maiores riscos de mudanças políticas mais radicais.
Já o cenário mais provável, com Serra e Dilma no segundo turno, é considerado favorável pelo mercado, embora algumas questões e incertezas precisem ser respondidas. Segundo o banco, ainda permanece incerto o quão independente será o Banco Central do próximo presidente. Enquanto o governo do PSDB pode ter aspectos positivos nas áreas fiscal e de reformas, não está claro como José Serra deve conduzir sua política com relação ao câmbio.
Sob o governo petista de Dilma Rousseff, a tendência seria uma continuidade em termos de política econômica, porém, sem o capital político que o presidente Lula possui, o que implicaria em maiores riscos de execução.