Exame Logo

Mercados: Além dos EUA, mais uma pesquisa

De acordo com analistas ouvidos pelo Portal EXAME, é pouco provável que os mercados brasileiros se recuperem em poucos dias dos efeitos sentidos pela crise internacional. A falta de confiança dos investidores estrangeiros que parece ter chegado ao seu ápice com o pedido de concordata da americana WorldCom segue abalada também pelo quadro político do […]

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h00.

De acordo com analistas ouvidos pelo Portal EXAME, é pouco provável que os mercados brasileiros se recuperem em poucos dias dos efeitos sentidos pela crise internacional. A falta de confiança dos investidores estrangeiros que parece ter chegado ao seu ápice com o pedido de concordata da americana WorldCom segue abalada também pelo quadro político do Brasil. Como se não bastasse a insegurança em relação a possíveis mudanças na política econômica em 2003, o mercado financeiro brasileiro ainda sofre com a onda de fraudes contábeis nos Estados Unidos , diz Mauro Mazzaro, da Planner, corretora de São Paulo.

A nova pesquisa de intenção de voto realizada pelo Vox Populi, e que até ontem era considerada boato, foi confirmada hoje. Segundo o levantamento, Ciro Gomes (PPS) tem agora 27% das intenções de votos, contra 35% de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e 14% de José Serra (PSDB). Apesar de insistirem que o resultado que vale virá apenas depois do dia 20 de agosto quando começa o horário gratuito de propaganda na televisão --, alguns analistas admitem que um quadro em que Ciro Gomes tem boas chances de vencer é mais complicado do qual traz Lula na frente.

Veja também

Sinceramente, dos males o menor , afirmou ao Portal EXAME um analista de um grande banco de São Paulo. O mercado já ouviu Lula o suficiente e suas reticências são bem menos preocupantes do que as de Ciro Gomes , diz ele. Não se sabe, segundo o analista, se Gomes manterá as metas fiscais e dará continuidade ao acordo do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O FMI, por sua vez, em visita ao Brasil, não foi fator relevante para acalmar o mercado. Resta aguardar que Anne Krueger encerre suas reuniões de hoje, em Brasília, para saber se governo e instituição chegaram pelo menos num pré-acordo de apoio na transição política após outubro. A número 2 do FMI se reúne com Pedro Malan, Ministro da Fazenda, e com Fernando Henrique Cardoso.

A nosso ver, dificilmente um acordo de transição seria fechado antes de se saber quem será o novo presidente , afirmam os analistas do Lloyds TSB. Porém, a intenção de um pacto pode ajudar o mercado a ficar um pouco menos ansioso com relação às eleições presidenciais.

Sem muita relevância neste momento, os fundamentos econômicos do país seguem despercebidos. O governo anuncia hoje o déficit das contas correntes de junho, que, segundo expectativa do Lloyds TSB, deve ser inferior ao do mesmo mês em 2001: 1,8 bilhões de dólares, contra 2,1 bilhões. O resultado pode ser explicado pela melhora do saldo da balança comercial neste período. Até maio deste ano, o déficit acumulado das contas correntes era de 8,2 bilhões de dólares (em maio de 2001, esse saldo era de 11,2 bilhões).

Em relação ao câmbio, o mês de julhoo apresentou melhora em relação a junho. Enquanto no mês passado a desvalorização do real chegou a 12,8%, este mês ela está na marca de 2,1%. Ainda assim, o câmbio tem registrado níveis recordes e mantido a alta volatilidade. A venda de dólares do BC não foi o suficiente para aumentar a liquidez do mercado , dizem os analistas do Lloyds. Entretanto, há um ponto importante: segundo o BC, existem cerca de 10 bilhões de dólares em papéis privados a serem vencidos. É bastante. E quanto menor o índice de rolagem da dívida, maior serão as pressões potenciais sobre a taxa de câmbio, o que deve manter as vendas diárias da moeda por parte da autoridade monetária nos próximos meses.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame