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Mercado espera por nomes e atitudes do novo presidente

O mercado financeiro chega, enfim, à mais esperada segunda-feira do ano. É hoje o primeiro dia de negócios após a confirmação de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, como presidente eleito do Brasil. Apesar de sinalizar na semana passada um tom mais otimista em relação ao novo governo, com o dólar fechando a semana […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h49.

O mercado financeiro chega, enfim, à mais esperada segunda-feira do ano. É hoje o primeiro dia de negócios após a confirmação de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, como presidente eleito do Brasil. Apesar de sinalizar na semana passada um tom mais otimista em relação ao novo governo, com o dólar fechando a semana em queda e a Bovespa, em alta, os investidores aguardam a formação da nova equipe econômica e estão à espera das primeiras atitudes que Lula tomará como novo chefe de Estado.

O primeiro teste de como o mercado irá reagir à vitória petista será ao meio-dia, quando o presidente eleito fará um pronunciamento à nação pare reiterar a garantia de que respeitará todos os contratos firmados pelo atual governo, manterá a inflação sob controle e fará o possível para reduzir as mazelas sociais do Brasil.

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No domingo à noite, Lula já deu seu primeiro recado como presidente aos investidores: "espero que o mercado financeiro trate o governo com o mesmo respeito que o governo trata o mercado financeiro", disse o presidente eleito na TV. "Eu acredito que o mercado tende a se tranquilizar daqui para frente. Todo mundo sabe que não é normal o dólar estar a 4 reais". Lula, no entanto, advertiu que seu governo tentará balancear as ações dirigidas ao mercado e à população menos favorecida. "O mercado também precisa saber que os brasileiros precisam comer três vezes por dia. Tem muita gente passando fome", afirmou o novo presidente.

Os nomes que formarão a equipe econômica de transição - e que possivelmente integrarão o novo governo - ainda são mantidos sob sigilo e só serão anunciados na terça-feira, quando Lula irá se reunir, às 11 horas da manhã, com o presidente Fernando Henrique, no Palácio do Planalto, para dar início à transição. Só depois irá anunciar a coordenação do grupo que nos próximos dois meses ficará encarregado de tomar conhecimento da máquina do governo.

A transição sem sobressaltos é apontada pelo mercado e analistas políticos e financeiros como ponto crucial para que a atual crise econômica não se agrave. "O mercado não dará o benefício da dúvida ao novo presidente", afirmou um economista de um importante banco estrangeiro há pouco mais de uma semana, quando a vitória de Lula já era esperada, mas ainda incerta. "Se a equipe anunciada não agradar, as coisas podem ficar feias. O mercado irá reagir pesado se os nomes do PT não transmitirem confiança aos investidores".

Para ele, não há espaço para compaixão no período de transição entre duas equipes econômicas. Tanto o atual governo quanto a futura equipe precisam trabalhar em sintonia para que o mercado acredite que as principais metas econômicas - inflação e superávit primário - serão mantidas. "Caso contrário, o mercado não terá piedade", diz ele.

Indicadores do dia

Mais um índice de inflação, desta vez o IPC-Fipe, Índice de Preços aos Consmidor em São Paulo, mostra a tendência de alta nos preções. O IPC subiu para 1,07% na terceira quadrissemana de outubro, após registrar 0,89% na segunda prévia do mês, informou nesta manhã a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). O índice superou a expectativa do mercado que era de 0,9% para a semana.

Sai nesta segunda-feira também o resultado da balança comercial na quarta semana de outubro. Espera-se o registro do superávit de US$ 550 milhões, puxado pelo incremento das exportações de produtos básicos.

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