Mercado de seguros cresce 23,77% no primeiro semestre
Total de prêmios pagos somou 17,3 bilhões de reais. Seguros pessoais e de vida representaram cerca de 44% do total
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h34.
O mercado brasileiro de seguros atingiu, no primeiro semestre, um volume de prêmios (valor pago pelos clientes) de 17,3 bilhões de reais. A cifra representa um incremento de 23,77% sobre o mesmo período do ano passado, conforme dados preliminares da Superintendência de Seguros Privados (Susep), vinculada ao Ministério da Fazenda. O grupo de seguros de vida e pessoais respondeu por 43,9% dos prêmios, seguido por automóveis (33,7% dos prêmios) e patrimonial (10,6%).
Segundo Jorge Abel Peres Brazil, sócio da G5 Solutions, consultoria especializada no mercado de seguros, outro dado importante é a participação dos produtos de acumulação (títulos de capitalização, VGBL, PGBL, por exemplo). Entre janeiro e junho, o mercado de previdência privada atingiu 4,1 bilhões de reais e o de capitalização, 3,2 bilhões. "É o terceiro semestre consecutivo em que o mercado é puxado por estes produtos", afirma Brazil.
Segundo ele, embora ainda representem a maior parte das carteiras de seguros, os produtos de risco (como as apólices de vida e de automóveis) estão perdendo terreno para os produtos de acumulação. Até o início do Plano Real, o mercado de automóveis representava, em média, 48% da carteira das seguradoras, contra os 33,7% atuais. Após a estabilização da economia, os clientes adquiriram mais confiança em investimentos de longo prazo, estimulando a expansão dos títulos de capitalização, entre outros.
Os produtos de acumulação são, também, os mais atraentes para as seguradoras ligadas a grandes bancos. "Cerca de 75% do mercado de seguros é controlado pelas grandes instituições financeiras, que têm um apetite maior por esse tipo de produto", diz Brazil.
Ganhar com a operação
A G5 Solutions estima que, neste ano, o mercado segurador crescerá 25%, em volume de prêmios. Conforme Brazil, o desafio das seguradoras, nos próximos meses, será melhorar sua capacidade de gerar receitas a partir das próprias operações com apólices de seguros, e não com ganhos financeiros como as aplicações no mercado. Isto porque, com a queda das taxas de juros, tais ganhos tendem a se reduzir. Em seu lugar, as empresas precisarão investir cada vez mais em produtos atraentes para o consumidor.
Um exemplo de que isto é possível é a Aliança do Brasil, seguradora coligada ao Banco do Brasil. No primeiro semestre, seu resultado operacional cresceu 57%, para 36,9 milhões de reais. Já o volume de prêmios subiu 39%, acima da média do mercado, e totalizou 484,5 milhões de reais.
Segundo a empresa, o desempenho foi estimulado pela estratégia de lançar "produtos mais aderentes às necessidades dos clientes", como o BB Seguro Vida Mulher, com o qual conquistou a liderança no segmento feminino. Somente neste ano, seis grandes companhias já lançaram seguros específicos para mulheres. Outra arma foi o seguro popular, que conta com um mercado potencial no Brasil de 37 milhões de apólices, conforme a Susep.
A Aliança também investiu em novas tecnologias e reforçou sua equipe de vendas. O resultado é que, em dois meses (fevereiro e março), a companhia conseguiu comercializar 146,7 mil apólices de seguro de vida. Em junho, houve um novo pico, com 40 mil apólices de seguro residencial e 16 mil apólices patrimoniais empresariais vendidas em um mês.