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Mantega: PIB deve crescer 8% no quarto trimestre

Por Fabio Graner e Adriana Fernandes Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que a economia, no último trimestre de 2009, deve crescer, em termos anualizados, cerca de 8%. Esse é o mesmo patamar que ele prevê para o terceiro trimestre, cujo resultado será divulgado amanhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

Por Fabio Graner e Adriana Fernandes

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que a economia, no último trimestre de 2009, deve crescer, em termos anualizados, cerca de 8%. Esse é o mesmo patamar que ele prevê para o terceiro trimestre, cujo resultado será divulgado amanhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essas taxas anualizadas são em comparação aos trimestres anteriores. Em seu discurso no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), Mantega disse ainda que o País já entrou em um novo ciclo de crescimento e destacou que o Brasil passou bem pela crise. "Pela primeira vez, a gente consegue passar por uma crise sem grandes problemas", disse.

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Mantega projetou também uma taxa de crescimento média de 5% "ou mais" entre 2009 e 2014. Segundo ele, esse crescimento mostra a consolidação do novo ciclo econômico para o País, mais consistente e robusto do que no passado. Segundo ele, entre 1998 e 2002, o crescimento era "incipiente", com taxa média de 1,7% e, entre 2003 e 2008, o quadro melhorou com uma taxa média de 4,2%. Na avaliação do ministro, se não fosse a crise financeira internacional, o crescimento do país já estaria num ritmo maior.

Mantega disse que a indústria tem dado demonstrações de forte recuperação e também tem havido recuperação dos investimentos. Segundo ele, a produção de bens de capital (máquinas e equipamentos) voltou a funcionar em ritmo acelerado. Ele disse ainda que o crescimento econômico está agora retomando com mais força, consolidando um novo patamar de desenvolvimento. Segundo Mantega, o crescimento atual mostra uma mudança qualitativa em que se permite, pelas suas características, um crescimento que gera mais emprego por causa da importância do setor de serviço, da agricultura, principalmente a familiar, e da construção civil, setores que são grandes geradores de emprego.

Ele disse que, certamente, haverá um "boom" da construção civil. Ele destacou que esse padrão de crescimento permitiu que, em pleno ano de crise econômica, o Brasil conseguisse gerar, entre janeiro e outubro, mais de 1,1 milhão de empregos. "Algo que não aconteceu em nenhum lugar do mundo. Talvez na China", disse. Mantega previu que os empregos continuarão a ser criados em 2010. "A matriz da nossa economia é mais gerencial de empregos", disse.

Massa salarial

O ministro da Fazenda disse que a massa salarial vem crescendo ano a ano e deve ter expansão de 6% em 2010. Segundo ele, esse é um dado importante que evidencia o fato de a economia brasileira estar sendo puxada pelo mercado interno. Mantega afirmou que a tendência do crédito é de continuar se expandindo e avalia que há espaço para que isso ocorra, pois a relação crédito/PIB no Brasil é mais baixa que em outros países.

O ministro afirmou ainda que, a despeito de a demanda interna ser o motor do crescimento do País, o novo ciclo de expansão será puxado pelos investimentos. Ele estima que os investimentos devem crescer 15% no ano que vem em relação a 2009 e essa trajetória deve se manter nos anos seguintes. Ele prevê que a taxa de investimento será de 18% do PIB em 2010 e deve chegar à casa de 19% em 2011.

Ele destacou que a sustentação dos investimentos é fato, garantido por uma série de programas liderados pelo governo que já estão em curso, como os investimentos em infraestrutura e logística, no programa "Minha Casa, Minha Vida", no pré-sal, além da Copa do Mundo em 2014, as Olimpíadas em 2016 e o Trem de Alta Velocidade. "O ciclo de crescimento puxado pelos investimentos já é praticamente uma realidade", disse o ministro.

Mantega também afirmou que o papel do mercado de capitais no financiamento desses investimentos é importante, destacou que a Bolsa brasileira foi a que mais subiu este ano e reafirmou a necessidade de se evitar uma bolha no mercado acionário, garantido que este tenha crescimento sustentado.

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