O Ministro da Fazenda, Guido Mantega: para ele, agora, já existem sinais de recuperação da economia “sendo ensaiadas pelo mundo” (REUTERS/Nacho Doce)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2013 às 13h54.
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que 2013 “não foi um ano fácil para ninguém, mas o mundo tende a caminhar para a superação da crise”, que já dura cinco anos. Para ele, agora, já existem sinais de recuperação da economia “sendo ensaiadas pelo mundo”. Ele participou do oitavo balanço do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), que reuniu, no Palácio do Itamaraty, ministros e técnicos do governo.
Mantega fez a avaliação sobre a recuperação da economia mesmo admitindo que os sinais na Europa ainda são de crescimento moderado e que as medidas de incentivo à economia dos Estados Unidos e a crise provocada com o retardamento do limite do endividamento do governo norte-americano são problemas que preocupam, não só o Brasil, mas as demais economias. Para ele, mesmo com essas “turbulências”, o desempenho da economia brasileira é razoável, com condições potenciais de crescimento.
“A expectativa é que, no ano que vem, tenhamos uma recuperação da economia mundial, abrindo espaço para que todo mundo possa crescer mais, inclusive o Brasil. Nosso Produto Interno Bruto [PIB, a soma de todas as riquezas do país], vem crescendo gradualmente. Tivemos 1,5% no segundo trimestre, em comparação ao período anterior, e foi satisfatório, em comparação às demais economias”, disse.
Mantega também destacou os volumes de investimentos recebidos pelo país, que estão “puxando” o crescimento da economia em 2013, segundo ele. O ministro lembrou que a produção agrícola tem batido sucessivos recordes e que o comprometimento da renda das famílias brasileiras com o crédito tem se reduzido.
“Assim que o mercado abrir um pouco para o financiamento, teremos uma trajetória de crescimento do mercado brasileiro. A economia brasileira está em crescimento e tivemos novos postos com carteira assinada”, destacou. De acordo com Mantega, as empresas não estariam contratando se não tivessem boas perspectivas. A economia brasileira, informou, continua gerando empregos e é um dos melhores mercados em termos proporcionais.
Mantega voltou a lembrar que a economia brasileira tem fundamentos sólidos, em comparação à maioria das economias do mundo, e uma política consistente de desenvolvimento, o que permite que a economia se recupere e continua a crescer. Entre os fundamentos, citou a inflação sob controle, sem ultrapassar nos últimos dez anos o teto da meta (atualmente, 6,5% pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA), solidez fiscal e reservas internacionais consideradas elevadas (US$ 370 bilhões) para enfrentar as turbulências internacionais.
“O país é credor internacional e não devedor. Fundamentos sólidos só, não resolvem. Mas temos uma política de desenvolvimento, com controle da inflação. No período anterior, isso não acontecia. O controle da inflação é uma das coisas mais importantes para a população e para o setor produtivo”, disse.
O ministro ainda destacou que o Brasil tem produzido um dos melhores resultados de superávit primário do mundo. “O Brasil faz política anticíclica [poupança nos períodos de crescimento econômico e estímulos públicos nas crises, como as desonerações] e por isso o superávit cai um pouco, mas nada que ameace o equilíbrio fiscal brasileiro”.
Mantega disse ainda que a dívida líquida do setor público vem caindo e deve continuar nessa tendência. No caso do câmbio, ele indicou que o governo tem agido corretamente e enfrentado os problemas, que muitas vezes são resultado de turbulências externas. “O câmbio flutua para os dois lados e para cima e para baixo. O patamar atual dá mais competitividade para as exportações brasileiras e para o setor agrário também”.
Segundo o ministro, apesar dos problemas de oscilação do câmbio, as reservas internacionais do país “subiram de forma extraordinário” e estão em US$ 370 bilhões. “Mesmo com a crise do Fed [Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos] ameaçando os incentivos dados à economia norte-americana, não saiu nada [das reservas]. Não perdemos nada”, disse.