Economia

Mantega desautoriza Paulo Nogueira Batista e apoia Grécia

Paulo Nogueira Batista, representante brasileiro no fundo, disse que país não apoiava empréstimo para Grécia


	Guido Mantega, ministro da Fazenda, diz que Brasil apoia sim a decisão do FMI
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Guido Mantega, ministro da Fazenda, diz que Brasil apoia sim a decisão do FMI (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2013 às 13h51.

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ligou nesta quinta-feira para diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, para desautorizar o representante brasileiro na entidade, Paulo Nogueira Batista, e afirmar que o Brasil apoia o plano de ajuda à Grécia, informou a assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda.

Na conversa, Mantega disse a Lagarde que Batista deu o voto sem autorização do governo brasileiro e que mandou chamar o representante imediatamente para pedir explicações.

Segundo a assessoria do ministério, o FMI ainda não sabe se pode reverter o voto.

A conversa entre o ministro e a diretora-gerente do FMI evidencia o mal estar causado pelo posicionamento de Batista à revelia do governo brasileiro.

Na quarta-feira, ele manifestou seu posicionamento contrário da ajuda financeira do FMI à economia grega. Batista criticou a decisão de segunda-feira de o Fundo liberar 1,7 bilhão de dólares para o país e citou haver riscos de não pagamento.

A abstenção do Brasil feita por Batista em relação à decisão do Fundo em manter o apoio à Grécia foi manifestada em um comunicado público incomum, no qual foi destacada a frustração das economias emergentes com a política do FMI de resgatar países europeus endividados.

Após a repercussão negativa do comunicado, Batista divulgou, ainda na quarta-feira, uma nota para esclarecer que suas avaliações sobre a decisão do Fundo em relação à Grécia representam uma visão pessoal e não refletem o posicionamento dos 11 países que representa na diretoria executiva que ocupa no FMI.

A sustentabilidade da dívida grega ainda depende de uma promessa dos demais países da zona do euro de oferecer um maior alívio creditício a Atenas. Essa condição está atrelada a dolorosos cortes orçamentários e a reformas que contribuem para manter a economia do país em recessão.

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