Maior preocupação da área econômica hoje é a votação da LDO, diz Mourão
Mourão afirmou que a equipe econômica aposta no avanço das reformas e espera a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ainda neste ano
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de novembro de 2020 às 12h55.
Última atualização em 24 de novembro de 2020 às 14h08.
Com o orçamento de 2021 e as reformas ainda travados no Congresso, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta terça, 24, que a "maior preocupação" da área econômica do governo é a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ainda neste ano. Segundo ele, a equipe econômica aposta no avanço das reformas e espera a aprovação da LDO para permitir um orçamento mínimo para o ano que vem.
"Hoje eu acho que a maior preocupação da área econômica do governo é a questão da votação da LDO, a Lei de Diretrizes Orçamentárias; [ é votar ] pelo menos a LDO para que a partir de janeiro o governo não fique parado, senão não pode gastar nada", disse Mourão nesta terça-feira.
A LDO define as regras para os gastos federais. Caso não seja votada até o fim do ano, o governo entra em um cenário de shutdown e pode ficar sem autorização para pagar despesas essenciais, como salários e aposentadorias, no início de 2021. Além disso, se não for apreciada até 22 de dezembro, não haverá recesso legislativo. "Se votar a LDO pelo menos um 12 avos [ do orçamento ] pode ser gasto [ pelo governo ]", acrescentou Mourão.
O orçamento segue travado no parlamento diante do impasse quanto à Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso, que ainda não foi instalada. A presidência do colegiado é disputada pelo deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), aliado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e pela deputada Flávia Arruda (PL-DF), do grupo de Arthur Lira (PL-AL).
A disputa tem como pano de fundo a sucessão da presidência da Câmara, já que o controle da CMO pode garantir mais votos na eleição. Como o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) mostrou, por causa do impasse, o Congresso deve levar a votação da LDO diretamente ao plenário, sem passar antes pela CMO. Uma vez aprovada, o governo teria uma autorização mínima para executar os gastos a partir de janeiro. A Lei Orçamentária Anual (LOA) ficaria para o próximo ano.
Também ficam para o ano que vem as reformas estruturantes prometidas pelo governo, segundo Mourão. Para o vice-presidente, as reformas tributária e administrativa são temas "complicados" que foram afetados pelos trabalhos remotos do Congresso, impedido de se reunir presencialmente por causa da pandemia de covid-19.
"Sem o Congresso se reunir para debater dois temas complicados como é a reforma tributária e a reforma administrativa não é simples [ o avanço da pauta econômica ]", disse. "A visão da área econômica do governo e a própria declaração do ministro Paulo Guedes ontem, se não me engano, deixam claro que a gente considera que 2021 é o ano para ter de avançar essas reformas", afirmou Mourão.