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Lula amplia vantagem sobre adversários, segundo pesquisa CNI/Ibope

Presidente abre 18 pontos de vantagem sobre o governador paulista Geraldo Alckmin, candidato oficial do PSDB

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h27.

A pesquisa divulgada nesta quarta-feira (15/3) pela Confederação Nacional da Indústria e pelo Ibope (CNI/Ibope) confirma a tendência de recuperação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na corrida pela reeleição. Lula abriu 18 pontos de vantagem sobre o governador paulista Geraldo Alckmin, que foi anunciado ontem como candidato oficial do PSDB à disputa presidencial. Na simulação de segundo turno, Lula aparece com 49% das intenções de voto, contra 31% de Alckmin, 13% de brancos e nulos e 7% que não quiseram opinar. Na pesquisa anterior da CNI/Ibope, em dezembro, os percentuais eram 41%, 37%, 17% e 5%, respectivamente.

Segundo os analistas, os dados de hoje confirmam a recuperação de Lula, embora o intervalo entre as duas pesquisas - três meses - dê uma falsa impressão de que a imagem do governo está melhorando rapidamente. O cientista político Ricardo Ribeiro, da consultoria MCM, por exemplo, lembra que uma pesquisa exclusiva do Ibope, realizada em janeiro, já apontava quadro semelhante. Nela, Lula aparecia com 48% dos votos, no segundo turno, contra 35% de Alckmin - uma diferença de 13 pontos percentuais.

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"De qualquer modo, não dá para negar que houve uma melhora na imagem do governo e na do presidente", diz Ribeiro. Lula também cresceu nas simulações de primeiro turno, na pesquisa divulgada hoje. Quando o candidato do PMBD é o ex-governador fluminense Anthony Garotinho, Lula fica com 43% das intenções de voto, contra 32% em dezembro. Já Alckmin recuou de 20% para 19%, dentro da margem de erro, que é de 2,2 pontos percentuais para cima ou para baixo. Quando o peemedebista é o governador gaúcho Germano Rigotto, Lula sobe para 46% e Alckmin, para 22%. Em todas as simulações, porém, as eleições iriam para o segundo turno.

Marco zero

Para Ribeiro, a melhoria de Lula reflete uma série de fatores, como a maior exposição do presidente na mídia; alguns resultados positivos na economia; o arrefecimento da crise política; e a falta de um candidato de oposição consolidado.

Essa conjuntura, porém, tende a não se repetir nas próximas pesquisas. Primeiro, porque novas denúncias surgiram contra o atual homem forte de Lula, o ministro da Fazenda Antonio Palocci, acusado de participar de distribuições de dinheiro em uma mansão do Lago Sul de Brasília. Segundo, porque a CPI dos Bingos conseguiu prorrogar seus trabalhos até meados do ano, o que pode gerar mais artilharia contra o governo. E, por fim, porque o quadro eleitoral começou a clarear, com a definição de Alckmin como o candidato tucano à Presidência.

Realizada entre 8 e 11 de março - antes, portanto, do anúncio oficial de Alckmin -, a pesquisa perde muito de seu impacto. Por isso, para o cientista político João Augusto de Castro Neves, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos (Ibep), o cenário captado nesta pesquisa deve ser visto como um "marco zero". "Estamos longe de constatar se essa alta de Lula irá prosseguir", diz. "Pode ser que o presidente tenha atingido seu pico."

Com o anúncio de Alckmin, segundo Castro Neves, a tendência é que o tucano suba nas próximas pesquisas. Além disso, o PMDB ainda não definiu se lançará um candidato próprio - opção dificultada pela manutenção da verticalização pelo Supremo Tribunal Federal - ou se participará de alguma coligação - saída polêmica, já que o partido está rachado entre governistas e oposicionistas.

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