Ipea afasta apagão de mão de obra e cita melhor educação
Boletim do instituto de pesquisa ressalta que oferecer educação de qualidade é mais importante do que ampliar a escolaridade no Brasil para se obter mais produtividade
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2012 às 22h50.
Brasília - O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta segunda-feira um estudo que traz o mapeamento da força de trabalho no Brasil, apresentando análises de temas como a escassez de trabalhadores qualificados, o setor dos "empregos verdes" e níveis e estruturas de emprego no Brasil.
Esta mais recente edição do boletim Radar: Tecnologia, Produção e Comércio Exterior indica que não há um "apagão de mão de obra" no País, mas argumenta que é preciso oferecer educação de boa qualidade, identificar áreas que mais precisam de força de trabalho especializada e qualificar trabalhadores.
O boletim do Ipea recomenda que é preciso ampliar o contingente de pessoas com cursos médios e superiores. Cita também que oferecer educação de boa qualidade "se coloca como mais crucial que a extensão de escolaridade para se buscarem ganhos de produtividade". O Ipea destaca que dispor de força de trabalho mais qualificada permite que as empresas reduzam custos de produção, incorporem e desenvolvam tecnologias mais modernas, adotem práticas ambientalmente responsáveis e implementem padrões para reduzir as desigualdades e a pobreza.
O material é dividido em seis capítulos. No capítulo sobre a escassez de mão de obra, o Ipea informa que a força de trabalho brasileira permanece sendo, em geral, de baixa escolaridade. "O Brasil ainda precisa ampliar seu contingente de pessoas com cursos médios e superiores", cita o trabalho. Apesar disso, o estudo afirma que a disponibilidade de trabalho qualificado não se configurou um fator limitante do crescimento econômico do Brasil na década de 2000, refutando a hipótese de um "apagão" generalizado de mão de obra. O documento menciona que eventuais carências de trabalhadores qualificados ficaram circunscritas a determinadas ocupações e regiões.
O Ipea relembra informações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Esses dados indicam que somente 41 em cada 100 brasileiros entre 25 e 64 anos têm ensino médio completo, e apenas 11 contam com um título de nível superior. Destaca que o desempenho está longe da média dos países ricos, onde 74 a cada 100 concluíram o ensino médio e 31 a cada 100 passaram por algum tipo de educação de nível superior.
"Sem uma escolarização de boa qualidade, restringe-se o domínio de competências básicas fundamentais para a aquisição das demais competências requeridas pelo sistema produtivo", ressalta o boletim. "Neste sentido, o foco da política pública teria de colocar maior ênfase na qualidade das aprendizagens escolares que tem posto na quantidade da oferta escolar", reforça o texto.
O instituto alerta que, apesar de não ser verificada uma escassez generalizada de mão de obra, isso "não significa que o Brasil disponha de recursos humanos qualificados o bastante para sustentar nos anos por vir os níveis de crescimento observados durante a década inclusiva". De acordo com o trabalho, a capacidade de crescer a partir da inclusão de grandes contingentes da população no mercado de consumo e no mercado formal de trabalho tem um limite no próprio crescimento da população.
O boletim traz, também, uma discussão sobre a utilização de mão de obra estrangeira para suprir demandas de setores específicos. "Em uma perspectiva de redução de barreiras à entrada de trabalhadores estrangeiros qualificados, informações sobre as habilidades, as competências e as áreas de conhecimento mais carentes nas diferentes regiões do País colocam-se como insumos à definição dos vistos de trabalho cuja concessão deva ser priorizada."
O Ipea informa que o boletim tem por objetivo "contribuir para a implementação de políticas de qualificação da força de trabalho do País, para a definição de parâmetros para a concessão de vistos de trabalho em uma nova política de imigração e para o debate sobre empregos verdes no Brasil, além de identificar alguns campos promissores de pesquisa em economia do trabalho". O Ipea é uma fundação pública vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. O boletim pode ser consultado no site do instituto (www.ipea.gov.br).
Brasília - O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta segunda-feira um estudo que traz o mapeamento da força de trabalho no Brasil, apresentando análises de temas como a escassez de trabalhadores qualificados, o setor dos "empregos verdes" e níveis e estruturas de emprego no Brasil.
Esta mais recente edição do boletim Radar: Tecnologia, Produção e Comércio Exterior indica que não há um "apagão de mão de obra" no País, mas argumenta que é preciso oferecer educação de boa qualidade, identificar áreas que mais precisam de força de trabalho especializada e qualificar trabalhadores.
O boletim do Ipea recomenda que é preciso ampliar o contingente de pessoas com cursos médios e superiores. Cita também que oferecer educação de boa qualidade "se coloca como mais crucial que a extensão de escolaridade para se buscarem ganhos de produtividade". O Ipea destaca que dispor de força de trabalho mais qualificada permite que as empresas reduzam custos de produção, incorporem e desenvolvam tecnologias mais modernas, adotem práticas ambientalmente responsáveis e implementem padrões para reduzir as desigualdades e a pobreza.
O material é dividido em seis capítulos. No capítulo sobre a escassez de mão de obra, o Ipea informa que a força de trabalho brasileira permanece sendo, em geral, de baixa escolaridade. "O Brasil ainda precisa ampliar seu contingente de pessoas com cursos médios e superiores", cita o trabalho. Apesar disso, o estudo afirma que a disponibilidade de trabalho qualificado não se configurou um fator limitante do crescimento econômico do Brasil na década de 2000, refutando a hipótese de um "apagão" generalizado de mão de obra. O documento menciona que eventuais carências de trabalhadores qualificados ficaram circunscritas a determinadas ocupações e regiões.
O Ipea relembra informações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Esses dados indicam que somente 41 em cada 100 brasileiros entre 25 e 64 anos têm ensino médio completo, e apenas 11 contam com um título de nível superior. Destaca que o desempenho está longe da média dos países ricos, onde 74 a cada 100 concluíram o ensino médio e 31 a cada 100 passaram por algum tipo de educação de nível superior.
"Sem uma escolarização de boa qualidade, restringe-se o domínio de competências básicas fundamentais para a aquisição das demais competências requeridas pelo sistema produtivo", ressalta o boletim. "Neste sentido, o foco da política pública teria de colocar maior ênfase na qualidade das aprendizagens escolares que tem posto na quantidade da oferta escolar", reforça o texto.
O instituto alerta que, apesar de não ser verificada uma escassez generalizada de mão de obra, isso "não significa que o Brasil disponha de recursos humanos qualificados o bastante para sustentar nos anos por vir os níveis de crescimento observados durante a década inclusiva". De acordo com o trabalho, a capacidade de crescer a partir da inclusão de grandes contingentes da população no mercado de consumo e no mercado formal de trabalho tem um limite no próprio crescimento da população.
O boletim traz, também, uma discussão sobre a utilização de mão de obra estrangeira para suprir demandas de setores específicos. "Em uma perspectiva de redução de barreiras à entrada de trabalhadores estrangeiros qualificados, informações sobre as habilidades, as competências e as áreas de conhecimento mais carentes nas diferentes regiões do País colocam-se como insumos à definição dos vistos de trabalho cuja concessão deva ser priorizada."
O Ipea informa que o boletim tem por objetivo "contribuir para a implementação de políticas de qualificação da força de trabalho do País, para a definição de parâmetros para a concessão de vistos de trabalho em uma nova política de imigração e para o debate sobre empregos verdes no Brasil, além de identificar alguns campos promissores de pesquisa em economia do trabalho". O Ipea é uma fundação pública vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. O boletim pode ser consultado no site do instituto (www.ipea.gov.br).