Exame Logo

IPCA-15 desacelera, mas continua acima da meta de inflação

Segundo análise do ABN Amro Real, o núcleo da inflação baixou para 0,61% em janeiro, taxa ainda incompatível com os objetivos do Banco Central

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h47.

A prévia quinzenal do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) desacelerou e registrou alta de 0,68% em janeiro, abaixo do resultado (0,84%) de dezembro. O aumento dos preços ficou dentro das previsões do mercado, que variavam de 0,63% a 0,80% e, por isso, não trouxe surpresas. Embora a desaceleração seja uma boa notícia, o ponto preocupante é que seu ritmo ainda é insuficiente para fazer a inflação convergir para a meta de 5,1%, estabelecida pelo Banco Central para este ano.

Segundo relatório do ABN Amro Real, o núcleo do IPCA-15 (índice que desconsidera grupos cujas variações foram muito acima ou muito abaixo da média) caiu de uma média de 0,65%, em dezembro, para 0,61% em janeiro. Apesar do recuo, as projeções baseadas no núcleo do IPCA-15, feitas pelo banco, ainda indicam uma inflação de 7,6% para 2005. Quando se considera o resultado global (0,68%), a estimativa é ainda maior 8,5%. "A queda é uma boa notícia, mas essas taxas são claramente inconsistentes com o objetivo da política monetária", afirma a análise do departamento de economia do ABN Amro Real.

Veja também

Em janeiro, o que mais pressionou o IPCA -15, que representa uma prévia do IPCA usado nas metas de inflação, foram os alimentos e bebidas. Os produtos do grupo ficaram 0,97% mais caros, em janeiro, sendo que, em dezembro, a alta havia sido de 0,19%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Itens importantes da alimentação estão pesando mais no bolso dos consumidores, como frango (2,8% de alta), carnes (2,59%) e ovos (2,39%).

Outras categorias de produtos e serviços que também pressionaram o IPCA-15 foram a energia elétrica (0,57%), automóveis novos (0,79%) e educação (0,41%). No mês passado, a eletricidade havia recuado 0,33%, enquanto os automóveis registraram alta de 0,53%, e a educação, 0,22%.

Desaceleração lenta

Entre os itens que contribuíram para a desaceleração do IPCA-15, em janeiro, estão os combustíveis e os transportes urbanos. A gasolina, que havia subido 3,45% na pesquisa de dezembro, fechou a primeira quinzena de janeiro com alta de 2,76%. Já o álcool ficou 0,63% mais barato, contra um reajuste de 8,64% na mesma comparação.

Os reajustes das tarifas dos ônibus urbanos foram de 0,45%, contra 1,74% em dezembro. Os cigarros também contribuíram para a menor pressão inflacionária, com aumento de 1,05% neste mês, contra 2,71% em dezembro.

Para o ABN Amro Real, o IPCA-15 de janeiro mostra que a inflação começará a ceder nas próximas semanas. "Mas o processo se tornará mais efetivo apenas em fevereiro ou março", diz o banco.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame