Economia

Investimento global em energia somou US$ 1,7 trilhão em 2016

Pela 1ª vez, despesas com setor elétrico superaram os gastos combinados com fornecimento de petróleo, gás e carvão

 (ViewApart/Thinkstock)

(ViewApart/Thinkstock)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 21 de julho de 2017 às 12h57.

São Paulo - O investimento global em energia totalizou US$ 1,7 trilhão em 2016, ou 2,2% do PIB mundial. Apesar de vultoso, o montante representou um declínio de 12% em relação ao ano anterior, de acordo com o relatório anual World Energy Investiment, da Agência Internacional de Energia (AIE).

Em compensação, pela primeira vez, as despesas com o setor elétrico em todo o mundo superaram os gastos combinados com o fornecimento de fontes poluentes, como petróleo, gás e carvão. O investimento global em eletricidade atingiu US$ 718 bilhões, com a participação das energias renováveis representando 43% desse total, um recorde segundo a AIE.

A China continuou sendo o maior destino do investimento em energia, levando 21% do total global. Impulsionado cada vez mais pela geração mais limpa e pelo investimento em eficiência energética, o país registrou um declínio de 25% nos investimentos em energia a carvão no ano passado.

Já os Estados Unidos, que viram uma queda acentuada no investimento de petróleo e gás, representaram 16% dos gastos globais em energia, ainda maior do que o da Europa, onde o investimento diminuiu 10%. A Índia foi o mercado de mais rápido crescimento, com aumento de 7% dos investimentos energéticos, graças a um forte impulso do governo para modernizar e expandir o setor por lá.

Conforme o relatório, o desempenho do setor energético como um todo indica que as decisões de investimento inteligente são mais críticas do que nunca, refletindo preocupações com segurança energética e redução das pressões ambientais.

Redes e armazenamento

A despesa com redes elétricas e armazenamento manteve o ritmo crescente nos últimos cinco anos, atingindo um máximo histórico de US$ 277 bilhões em 2016, um aumento de 6% em relação ao ano anterior.

Sozinha, a China representou 30% desse montante e outros 13% foram para a Índia e o sudeste asiático, onde a rede está se expandindo rapidamente para acomodar a crescente demanda. Nos Estados Unidos e na Europa, a modernização das redes elétricas representou 17% e 15% respectivamente.

Segundo relatório, os sistemas de rede estão se deslocando de um negócio de distribuição de energia pura uma plataforma integrada de dados e serviços, movimento possibilitado pelo rápido progresso de tecnologias de informação e comunicação digitais.

O investimento em armazenamento de energia com base em bateria de grande escala também está aumentando rapidamente, chegando a mais de US$ 1 bilhão em 2016.

Eficiência Energética

O investimento em eficiência energética mais uma vez se expandiu, chegando a US$ 231 bilhões em 2016.

Enquanto a Europa gastou mais em eficiência energética em 2016, o crescimento mais rápido ocorreu na China, onde o fortalecimento das políticas de eficiência energética está ajudando a reduzir a intensidade energética da economia, que é quantidade de energia necessária para gerar uma unidade do PIB.

Globalmente, a maioria dos investimentos — US$ 133 bilhões — foi para o setor de edifícios, que representa um terço da demanda total de energia.

Acompanhe tudo sobre:EnergiaEnergia elétricaEnergia renovávelMeio ambiente

Mais de Economia

G20 se compromete a 'cooperar' para taxar grandes fortunas

Olimpíada de 2024 pode movimentar até 11 bilhões de euros, diz estudo

Aneel aciona bandeira verde e conta de luz deixará de ter cobrança extra em agosto

Governo prevê espaço extra de R$ 54,9 bi para gastos em 2025

Mais na Exame