Economia

Inglês faz "vaquinha" para ajudar Grécia a pagar dívida

Thomas Feeney, um inglês de 29 anos, nota que os 500 milhões de europeus teriam de contribuir com 3 euros cada para quitar dívida da Grécia com o FMI que venceu

Pesquisas de opinião mostram que a maioria da população grega é favorável à permanência do país na zona do euro (REUTERS/Yannis Behrakis)

Pesquisas de opinião mostram que a maioria da população grega é favorável à permanência do país na zona do euro (REUTERS/Yannis Behrakis)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 1 de julho de 2015 às 19h32.

São Paulo - O Fundo Monetário Internacional (FMIconfirmou na noite desta terça-feira que não recebeu da Grécia a parcela de pagamento de empréstimo que vencia ontem.

Com isso, a Grécia se tornou o primeiro país desenvolvido da história a dar um calote na instituição, e o primeiro a fazer isso desde o Zimbábue em 2001.

Tsipras ofereceu novas concessões ao resto da Europa para tentar fechar um acordo, mas não recuou do referendo marcado para domingo sobre a possibilidade de resgate. 3 vencedores do prêmio Nobel declararam recentemente como votariam.

Enquanto isso, uma campanha virtual tenta levantar recursos para o país através do crowdfunding, sistema de financiamento coletivo com contribuições de muitas pessoas em troca de pequenas recompensas. Se a meta não for alcançada, o dinheiro é devolvido. 

Neste caso, quem quiser pode comprar um cartão postal do primeiro-ministro Alex Tsipras (€ 3), um queijo feta com salada de oliva (€ 6), uma garrafa da bebida local ouzo (€ 10), uma garrafa de vinho grego (€ 25), uma cesta de comidas gregas (€ 160) ou um feriado de uma semana em Atenas para 2 pessoas (€ 5.000).

A ideia é que cada um dos 500 milhões de europeus precisaria contribuir com pouco mais de 3 euros para chegar no € 1,6 bilhão necessário para essa rodada do resgate. Até a tarde desta quarta-feira, € 995 mil haviam sido levantados por 58 mil pessoas.

Criador

Por trás da iniciativa está Thomas Feeney, um inglês de York com 29 anos que trabalha em uma loja de sapatos em Londres. Em artigo no jornal britânico The Guardian publicado hoje, ele explicou sua motivação:

"Eu estava farto da hesitação dos nossos políticos. Toda vez que uma solução para resgatar a Grécia é adiada, é uma chance para os políticos posarem e mostrarem seu poder enquanto o efeito real cai sobre o povo grego".

A página no site Indie GoGo (que chegou a cair temporariamente pelo movimento) deixa claro: isso não é uma brincadeira. Ainda assim, deve acabar funcionando mais como protesto do que como possibilidade concreta de tirar a Grécia do buraco.

"É uma reação ao bullying do povo grego por políticos europeus, mas poderia ser facilmente sobre políticos britânicos e seu bullying nas pessoas do Norte da Inglaterra, Escócia e País de Gales. Quero que as pessoas da Europa percebam que existe uma outra opção à austeridade, apesar do que dizem David Cameron e Angela Merkel".

A lista de contribuições até a madrugada desta quarta-feira era liderada por alemães, britânicos e austríacos, de acordo com um post na conta de Twitter de Feeney:

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