Combustível restringe expansão do setor aéreo, diz CNT
O insumo é responsável por 37,3% dos custos das empresas aéreas e, segundo as entidades, custa mais caro no Brasil do que em outros países
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2015 às 13h34.
Brasília - Embora o número de passageiros no transporte aéreo tenha crescido 210,8% entre 2000 e 2014 enquanto o preço médio das passagens caiu 43,1%, a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) aponta que o alto custo do combustível de aviação e problemas de infraestrutura nos aeroportos ainda restringem uma expansão maior do setor e podem até prejudicar os resultados já alcançados.
O estudo Transporte e Economia - Transporte Aéreo de Passageiros, realizado pela CNT em parceria com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), mostra que o que mais pesa nos preços das passagens no País é o valor da querosene de aviação.
O insumo é responsável por 37,3% dos custos das empresas aéreas e, segundo as entidades, custa mais caro no Brasil do que em outros países.
O ICMS cobrado sobre o combustível chega a 25% em alguns Estados, enquanto a CNT defende uma alíquota máxima de 12%.
"Isso teria um impacto importante de custos para as empresas aéreas e possibilitaria a redução dos preços dos bilhetes no Brasil", destacou o diretor executivo da CNT, Bruno Batista.
Já os gastos com arrendamento, manutenção e seguro das aeronaves equivalem em média a 17% dos custos do setor, à frente das despesas com tripulação (9,6%) e com as tarifas aeroportuárias e de navegação (5,9%).
"O custo de operação é muito alto e existe uma certa rigidez para se aumentar a oferta de assentos no curto prazo", afirmou o diretor executivo da CNT.
Apesar disso, a entidade considera que ainda há muito potencial de crescimento no mercado brasileiro de aviação de passageiros.
O número de viagens por habitante no Brasil foi de 0,50 em 2014, enquanto essa proporção é de 1,23 no Canadá, 2,10 nos Estados Unidos e de 2,44 na Austrália.
"Sob as condições ideais, há bastante espaço para o crescimento do setor nos próximos anos", completou Batista.
Para o diretor executivo da CNT, embora a satisfação dos usuários dos maiores aeroportos do País tenha aumentando nos últimos anos conforme pesquisas feitas pela Secretaria de Aviação Civil (SAC), o País ainda ocupa a 95ª posição no ranking de competitividade do setor elaborado pelo Fórum Econômico Mundial.
"Ainda há um desbalanceamento significativo entre os investimentos do setor privado nos aeroportos concedidos e os recursos desembolsados pela Infraero nos demais terminais", alertou Batista.
"Por isso ainda existem terminais defasados no País, como Florianópolis, Goiânia e Aracaju", acrescentou.
Para a CNT, seriam necessários R$ 24,9 bilhões em investimentos em infraestrutura para equilibrar o setor.
Mas a entidade critica, por exemplo, o fato de 60,4% dos recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac) serem direcionados a cinco aeroportos concedidos à iniciativa privada - Viracopos (SP), Guarulhos (SP), Brasília (DF), Galeão (RJ) e Confins (MG).
As entidades também acreditam que os subsídios à aviação regional serão insuficientes para a criação de novas rotas, já que mais da metade dos recursos disponíveis serão destinados a rotas já operadas.
Para a CNT, a liberação legal para a participação do capital estrangeiro nas empresas aéreas do País pode melhorar a capacidade de planejamento e organização do setor.
Para o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, o setor precisa de aeroportos confortáveis e eficientes para o atendimento dos passageiros, mas também de tarifas e custos para as empresas compatíveis com o mercado internacional.
"Quando a gente constrói um mercado doméstico que já é o terceiro maior do mundo, é justo e é correto que a sociedade nos demande padrões internacionais", avaliou.
O executivo defende mais espaços de flexibilização nos custos do setor. "Nos últimos anos todas as reduções de custos e ganhos de eficiência ocorreram no lado das empresas. Não é mais possível a aviação continuar convivendo com essas distorções com relação ao mercado internacional de combustíveis", completou.
Sanovicz lembrou ainda que o preço da querosene de aviação é atrelado ao dólar, portanto, só a escalada da moeda aumentou os custos das empresas em cerca de 20% este ano.
"Além disso, em um ano de crise, o número de passageiros corporativos tende a cair. Fazemos promoções para colocar pessoas a bordo, mas isso não recupera a nossas receitas", concluiu.
Brasília - Embora o número de passageiros no transporte aéreo tenha crescido 210,8% entre 2000 e 2014 enquanto o preço médio das passagens caiu 43,1%, a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) aponta que o alto custo do combustível de aviação e problemas de infraestrutura nos aeroportos ainda restringem uma expansão maior do setor e podem até prejudicar os resultados já alcançados.
O estudo Transporte e Economia - Transporte Aéreo de Passageiros, realizado pela CNT em parceria com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), mostra que o que mais pesa nos preços das passagens no País é o valor da querosene de aviação.
O insumo é responsável por 37,3% dos custos das empresas aéreas e, segundo as entidades, custa mais caro no Brasil do que em outros países.
O ICMS cobrado sobre o combustível chega a 25% em alguns Estados, enquanto a CNT defende uma alíquota máxima de 12%.
"Isso teria um impacto importante de custos para as empresas aéreas e possibilitaria a redução dos preços dos bilhetes no Brasil", destacou o diretor executivo da CNT, Bruno Batista.
Já os gastos com arrendamento, manutenção e seguro das aeronaves equivalem em média a 17% dos custos do setor, à frente das despesas com tripulação (9,6%) e com as tarifas aeroportuárias e de navegação (5,9%).
"O custo de operação é muito alto e existe uma certa rigidez para se aumentar a oferta de assentos no curto prazo", afirmou o diretor executivo da CNT.
Apesar disso, a entidade considera que ainda há muito potencial de crescimento no mercado brasileiro de aviação de passageiros.
O número de viagens por habitante no Brasil foi de 0,50 em 2014, enquanto essa proporção é de 1,23 no Canadá, 2,10 nos Estados Unidos e de 2,44 na Austrália.
"Sob as condições ideais, há bastante espaço para o crescimento do setor nos próximos anos", completou Batista.
Para o diretor executivo da CNT, embora a satisfação dos usuários dos maiores aeroportos do País tenha aumentando nos últimos anos conforme pesquisas feitas pela Secretaria de Aviação Civil (SAC), o País ainda ocupa a 95ª posição no ranking de competitividade do setor elaborado pelo Fórum Econômico Mundial.
"Ainda há um desbalanceamento significativo entre os investimentos do setor privado nos aeroportos concedidos e os recursos desembolsados pela Infraero nos demais terminais", alertou Batista.
"Por isso ainda existem terminais defasados no País, como Florianópolis, Goiânia e Aracaju", acrescentou.
Para a CNT, seriam necessários R$ 24,9 bilhões em investimentos em infraestrutura para equilibrar o setor.
Mas a entidade critica, por exemplo, o fato de 60,4% dos recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac) serem direcionados a cinco aeroportos concedidos à iniciativa privada - Viracopos (SP), Guarulhos (SP), Brasília (DF), Galeão (RJ) e Confins (MG).
As entidades também acreditam que os subsídios à aviação regional serão insuficientes para a criação de novas rotas, já que mais da metade dos recursos disponíveis serão destinados a rotas já operadas.
Para a CNT, a liberação legal para a participação do capital estrangeiro nas empresas aéreas do País pode melhorar a capacidade de planejamento e organização do setor.
Para o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, o setor precisa de aeroportos confortáveis e eficientes para o atendimento dos passageiros, mas também de tarifas e custos para as empresas compatíveis com o mercado internacional.
"Quando a gente constrói um mercado doméstico que já é o terceiro maior do mundo, é justo e é correto que a sociedade nos demande padrões internacionais", avaliou.
O executivo defende mais espaços de flexibilização nos custos do setor. "Nos últimos anos todas as reduções de custos e ganhos de eficiência ocorreram no lado das empresas. Não é mais possível a aviação continuar convivendo com essas distorções com relação ao mercado internacional de combustíveis", completou.
Sanovicz lembrou ainda que o preço da querosene de aviação é atrelado ao dólar, portanto, só a escalada da moeda aumentou os custos das empresas em cerca de 20% este ano.
"Além disso, em um ano de crise, o número de passageiros corporativos tende a cair. Fazemos promoções para colocar pessoas a bordo, mas isso não recupera a nossas receitas", concluiu.