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Infraestrutura requer regras claras e sem surpresas, dizem especialistas

Debate no EXAME Fórum, em São Paulo, discutiu os investimentos públicos e privados

Eike Batista disse que o custo da banda larga no Brasil é muito alto e alertou que algo precisa ser feito (.)
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Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2010 às 18h28.

São Paulo - Especialistas e empresários que participaram do EXAME Fórum, nesta segunda-feira (31), em São Paulo, afirmaram que os investimentos em infraestrutura não podem ter surpresas. O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, disse que é preciso ter regras claras. "Tenho muito medo quando ouço falar que não há marco regulatório. Isso gera incerteza nesse tipo de investimento de longo prazo", alertou o especialista, que defende o modelo de concessão para os projetos do setor.

Segundo o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Marcos Jank, o Brasil tem a vantagem de ter diversificado a matriz energética nos últimos anos. "Porém, no passado, o álcool (etanol) já foi abandonado uma vez."

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O diretor do núcleo CCR/FDC de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, avalia que há muita desigualdade nas regiões do Brasil. "O mesmo caminhão que trafega numa bela rodovia paulista, sofre em outros locais." O especialista diz que o excesso de obras paradas "representa falta de planejamento e de gestão."

O Presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB), Paulo Godoy, disse que o Brasil vive um canteiro de obras, mas ainda faltam muitos investimentos em diversas áreas.

O presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, também reconhece que ainda falta muito a ser feito, mas enfatizou que isso não significa que esteja tudo errado. "Talvez falte foco nos projetos." O empresário afirmou que a mobilidade urbana é o principal problema logístico do Brasil. "Quanto custa para o Brasil uma pessoa levar duas horas para chegar ao trabalho?", questionou.

Indagado sobre o papel que o governo deve ter na infraestrutura, o presidente do Grupo IBX, Eike Batista, não criticou a recriação da Telebras. Ele disse que o custo da banda larga no Brasil é muito alto e alertou que algo precisa ser feito. "Na Coreia do Sul, 90% dos lares têm banda larga a US$ 50. No Brasil, com R$ 10 bilhões, você conseguiria fornecer banda larga a todos os cidadãos."

Eike Batista lamentou que o Brasil não tenha nenhuma indústria automobilística nacional e defendeu a criação de três empresas de petróleo tendo a Petrobras como indutora do Pré-Sal. Quanto às dificuldades para a obtenção de uma licença ambiental, o empresário disse que "isso acontece quando o projeto é mal formulado."

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