Inflação em agosto é de 0,19% e taxa de 2017 é a menor do Real
Acumulado em 12 meses fica abaixo do piso da meta oficial do governo, que é de 4,5% com tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima
João Pedro Caleiro
Publicado em 6 de setembro de 2017 às 09h02.
Última atualização em 6 de setembro de 2017 às 16h32.
São Paulo - O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foi de 0,19% em agosto, abaixo dos 0,24% registrados em julho.
A taxa também veio menor do que o esperado: 0,3% segundo levantamento da Bloomberg e 0,32% segundo o Itaú.
Os números que medem a inflação no país foram divulgados na manhã desta quarta-feira (05) peloInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O acumulado nos últimos 12 meses ficou em 2,46%, a menor variação nesta medida desde fevereiro de 1999, quando ficou em 2,24%.
A taxa já está abaixo do piso da meta, já que o governo busca oficialmente uma inflação de 4,5% no ano com tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo (3%) ou para cima (6%).
O acumulado entre janeiro e agosto registrou 1,62%, a menor taxa para o período desde a implantação do Plano Real em 1994 e bem abaixo dos 5,42% registrados no mesmo período de 2016.
Grupos
Dos 9 grupos pesquisados pelo IBGE, 5 tiveram alta e 4 tiveram queda em relação a julho. Alimentação e Bebidas, o de maior peso no índice, caiu pelo quarto mês consecutivo devido a uma safra recorde.
O número foi de -0,47% em julho para -10,7% em agosto, com peso negativo de -0,27 ponto percentual no índice final.
Os alimentos para consumo em casa aceleraram a queda de 0,81% em julho para 1,84% em agosto com destaque para itens como feijão-carioca (-14,86%) e tomate (-13,85%).
A alimentação fora de casa foi na direção contrária, com alta de 0,15% em julho acelerando para 0,35% em agosto.
O grupo Transportes, na outra ponta, multiplicou sua alta de 0,34% em julho para 1,53% em agosto, com peso de 0,27 ponto percentual positivo na taxa final do mês.
Os combustíveis subiram 6,67% e tiveram, sozinhos, impacto positivo de 0,32 ponto percentual no IPCA.
O litro do etanol ficou, em média, 5,71% mais caro e a gasolina subiu 7,19%. Parte disso é resultado dusa do aumento na alíquota do PIS/COFINS em vigor desde julho.
Outra parte é fruto da política de reajustes de preços dos combustíveis mais periódicos. Entre 1º de agosto e 29 de agosto, período de coleta de preços do IBGE, foram anunciados 19 reajustes da gasolina.
O maior fator que puxou para baixo o grupo de Transportes foi uma queda de 15,16% nas passagens aéreas.
Saúde e Cuidados Pessoais acelerou levemente sua alta influenciado por uma alta de 1,07% nos planos de saúde.
Já o grupo Comunicação teve taxa negativa influenciado por uma queda de1,57% nas contas de telefone celular.
O grupo Educação saiu de uma queda de preços para uma alta de 0,24% com impacto da alta de preços no início do segundo semestre letivo: cursos regulares subiram 0,09% e cursos diversos, como informática e idioma, subiram 0,87%.
Grupo | Variação julho, em % | Variação agosto, em % |
---|---|---|
Índice Geral | 0,24 | 0,19 |
Alimentação e Bebidas | -0,47 | -1,07 |
Habitação | 1,64 | 0,57 |
Artigos de Residência | -0,23 | 0,20 |
Vestuário | -0,42 | 0,29 |
Transportes | 0,34 | 1,53 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,37 | 0,41 |
Despesas pessoais | 0,36 | 0,29 |
Educação | -0,02 | 0,24 |
Comunicação | -0,02 | -0,56 |
Grupo | Impacto julho, em p.p. | Impacto agosto, em p.p. |
---|---|---|
Índice Geral | 0,24 | 0,19 |
Alimentação e Bebidas | -0,12 | -0,27 |
Habitação | 0,25 | 0,09 |
Artigos de Residência | -0,01 | 0,01 |
Vestuário | -0,02 | 0,02 |
Transportes | 0,06 | 0,27 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,04 | 0,05 |
Despesas pessoais | 0,04 | 0,03 |
Educação | 0,00 | 0,01 |
Comunicação | 0,00 | -0,02 |
Juros
O Comitê de Política Monetária do Banco Central divulga hoje, a partir das 18 horas, sua decisão sobre a Selic.
A expectativa é de um novo corte de um ponto percentual, levando a taxa de 9,25% para 8,25%.