Inflação dificulta expansão da atividade econômica, diz Ipea
O instituto afirma que a inflação continuará pressionando o consumo no segundo semestre e descarta uma contribuição positiva do setor externo para alavancar o PIB
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2013 às 13h58.
Rio de Janeiro - O ritmo de crescimento da economia brasileira permanece abaixo do esperado e aponta para um ano de "expansão moderada", aponta a "Carta de Conjuntura no. 19", divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O instituto afirma que a inflação continuará pressionando o consumo no segundo semestre e descarta uma contribuição positiva do setor externo para alavancar o Produto Interno Bruto (PIB).
Ao analisar os fatores que estariam contendo a expansão da atividade econômica, o documento destaca a turbulência no cenário internacional para concluir que "são pequenas as chances de o país poder contar, nesse momento, com uma contribuição positiva do setor externo para alavancar o crescimento".
A síntese da Carta de Conjuntura destaca que a recessão na Europa e a desaceleração do crescimento na China pesam negativamente sobre a pauta de exportações do País, composta sobretudo por commodities. Além disso, os efeitos da situação mundial começam a aparecer no balanço de pagamentos.
Para o Ipea, não se pode associar a recente desvalorização do real ante o dólar ao aumento do déficit do balanço. Em sua análise, o movimento reflete a realocação do portfólio de investidores internacionais diante dos sinais de alteração da política monetária americana.
O outro fator apontado pelo Ipea como crucial para o fraco desempenho da economia a curto prazo é a redução do ímpeto do consumo.
A perda de fôlego é relacionada ao já elevado nível de endividamento das famílias e à inflação "persistente e disseminada, que reduz os ganhos reais de renda e aumenta o grau de incerteza". O Ipea frisa que a inflação tem se mantido "persistentemente acima do centro da meta oficial" e que nos últimos meses voltou a encostar no teto (6,5%).
"Embora seja provável que haja alguma desaceleração da inflação no segundo semestre do ano, o balanço de riscos demonstra que não há muita margem para descompressão, até porque os preços administrados já vêm dando contribuição positiva, com variação de 12 meses inferior a 2%", afirma o documento.
A "Carta de Conjuntura nº19" avalia que a decisão do Banco Central de iniciar um ciclo de aperto monetário para conter o avanço da inflação reflete "o reconhecimento das limitações da política monetária como instrumento impulsionador do crescimento econômico no atual contexto". O papel de estímulo estaria reservado agora à política fiscal, mas o Ipea ainda não enxerga um diagnóstico conclusivo quanto eficácia de seu expansionismo.
Apesar da conjuntura, o Ipea diz que diversos indicadores industriais - como a forte expansão do setor de bens de capital até abril (13,4%) - "levam a crer em uma expansão moderada e ainda sujeita a flutuações ao longo do ano, mas com tendência positiva". O documento será comentado em entrevista coletiva nesta manhã, no Rio.
Rio de Janeiro - O ritmo de crescimento da economia brasileira permanece abaixo do esperado e aponta para um ano de "expansão moderada", aponta a "Carta de Conjuntura no. 19", divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O instituto afirma que a inflação continuará pressionando o consumo no segundo semestre e descarta uma contribuição positiva do setor externo para alavancar o Produto Interno Bruto (PIB).
Ao analisar os fatores que estariam contendo a expansão da atividade econômica, o documento destaca a turbulência no cenário internacional para concluir que "são pequenas as chances de o país poder contar, nesse momento, com uma contribuição positiva do setor externo para alavancar o crescimento".
A síntese da Carta de Conjuntura destaca que a recessão na Europa e a desaceleração do crescimento na China pesam negativamente sobre a pauta de exportações do País, composta sobretudo por commodities. Além disso, os efeitos da situação mundial começam a aparecer no balanço de pagamentos.
Para o Ipea, não se pode associar a recente desvalorização do real ante o dólar ao aumento do déficit do balanço. Em sua análise, o movimento reflete a realocação do portfólio de investidores internacionais diante dos sinais de alteração da política monetária americana.
O outro fator apontado pelo Ipea como crucial para o fraco desempenho da economia a curto prazo é a redução do ímpeto do consumo.
A perda de fôlego é relacionada ao já elevado nível de endividamento das famílias e à inflação "persistente e disseminada, que reduz os ganhos reais de renda e aumenta o grau de incerteza". O Ipea frisa que a inflação tem se mantido "persistentemente acima do centro da meta oficial" e que nos últimos meses voltou a encostar no teto (6,5%).
"Embora seja provável que haja alguma desaceleração da inflação no segundo semestre do ano, o balanço de riscos demonstra que não há muita margem para descompressão, até porque os preços administrados já vêm dando contribuição positiva, com variação de 12 meses inferior a 2%", afirma o documento.
A "Carta de Conjuntura nº19" avalia que a decisão do Banco Central de iniciar um ciclo de aperto monetário para conter o avanço da inflação reflete "o reconhecimento das limitações da política monetária como instrumento impulsionador do crescimento econômico no atual contexto". O papel de estímulo estaria reservado agora à política fiscal, mas o Ipea ainda não enxerga um diagnóstico conclusivo quanto eficácia de seu expansionismo.
Apesar da conjuntura, o Ipea diz que diversos indicadores industriais - como a forte expansão do setor de bens de capital até abril (13,4%) - "levam a crer em uma expansão moderada e ainda sujeita a flutuações ao longo do ano, mas com tendência positiva". O documento será comentado em entrevista coletiva nesta manhã, no Rio.