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Indústria do Brasil volta a crescer em agosto após 4 meses

Crescimento foi impulsionado pelo aumento da produção com o fim da Copa do Mundo e pela atividade de compras

Indústria brasileira: em agosto, o PMI da indústria apurado pelo Markit subiu a 50,2 contra 49,1 em julho (Paulo Whitaker/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2014 às 10h28.

 São Paulo - A atividade da <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/industria">indústria brasileira</a></strong> voltou a mostrar expansão em agosto após quatro meses de contração, favorecida pelo aumento da produção com o fim da Copa do Mundo e pela atividade de compras, de acordo com o Índice de Gerentes de Compras (<strong><a href="https://exame.com.br/topicos/pmi">PMI</a></strong>, na sigla em inglês) divulgado nesta segunda-feira.</p> 

Em agosto, o PMI da indústria apurado pelo Markit subiu a 50,2 contra 49,1 em julho, voltando a ficar acima da marca de 50 que separa crescimento de contração pela primeira vez desde março.

"O índice sugere que a atividade melhorou modestamente em agosto, no que pode ter sido uma recuperação após os impactos provocados pela Copa do Mundo", disse o economista-chefe do HSBC André Lóes.

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Os PMIs em junho e julho mostraram que a Copa do Mundo afetou a atividade industrial. Mas com a conclusão do Mundial, a indústria aumentou a produção em agosto, bem como garantiu a assinatura de novos acordos comerciais, segundo o Markit.

O maior aumento da produção foi registrado pelo subsetor de bens intermediários, enquanto a indústria de bens de capital teve ligeira queda.

Por sua vez, a atividade de compra cresceu pelo segundo mês seguido, e no ritmo mais rápido desde março. Todas as categorias registraram aumento, sendo o mais forte entre os produtores de bens de investimento.

Por outro lado, o volume de novos negócios permaneceu inalterado em agosto, sendo que a subcategoria de bens de capital registrou redução. Embora o resultado geral tenha interrompido quatro meses seguidos de queda, Lóes destacou que os novos pedidos ficaram praticamente estáveis em relação ao mês anterior, sugerindo que "o cenário para o setor permanece fraco".

O PMI indicou recuo na força de trabalho, com as empresas apontando a ausência de demanda como causa, após modesta criação de vagas em julho. "No entanto, a taxa de cortes foi fracionária, de um modo geral, com mais de 99 por cento dos entrevistados relatando uma ausência de mudanças nos números de funcionários" disse o relatório. Os produtores de bens intermediários foram os únicos a apontar queda no número de funcionários, sendo que os produtores de bens de consumo e de bens de investimento indicaram leves aumentos.

Em relação às pressões inflacionárias, estas persistiram em agosto, porém fracas. Os custos dos insumos aumentaram, mas a uma taxa marginal e bem abaixo da média de longo prazo para as séries. Consequentemente, os preços cobrados aumentaram pelo terceiro mês seguido.

As perspectivas para o setor industrial brasileiro neste ano, em que a presidente Dilma Rousseff tenta a reeleição, são negativas. Segundo dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados na sexta-feira, o setor fechou o segundo trimestre com retração de 1,50 por cento sobre os três meses anteriores, prejudicando a atividade econômica, que encolheu 0,6 por cento no período. Com isso, o Brasil entrou em recessão econômica no primeiro semestre. A indústria não tem conseguido se desvencilhar do baixo nível de confiança, que em agosto caiu pelo oitavo mês seguido, e a contração do setor neste ano já é dada como certa. Economistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central veem retração de 1,70 por cento.

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