Produção de veículos continuará caindo nos próximos meses
Na avaliação da Anfavea, a indústria deve ter alguma reação mais para o fim do ano, o que justifica a manutenção das projeções da entidade para 2016
Da Redação
Publicado em 4 de março de 2016 às 16h14.
São Paulo - A indústria brasileira de veículos continuará fazendo ajustes de produção nos próximos dois meses, suspendendo contratos de trabalho de cerca de 2 mil trabalhadores apenas em março, afirmou nesta sexta-feira o presidente da associação que representa o setor, Anfavea .
A redução na produção vai ocorrer após queda de 31,6 por cento no volume montado no primeiro bimestre sobre o mesmo período do ano passado e depois de o setor reduzir o número de pessoal ocupado em 8,5 por cento ao final do mês passado sobre fevereiro de 2015, segundo os dados da entidade.
"O cenário de restrição à produção deve continuar nos próximos dois meses", disse o presidente da Anfavea, Luiz Moan, a jornalistas.
"Está previsto para este mês mais 1.800 trabalhadores em layoff (suspensão de contratos de trabalho), somando 38,2 mil no setor com alguma restrição de trabalho".
O setor terminou fevereiro com estoque de 241,4 mil veículos novos à espera de compradores, queda de 8 por cento sobre janeiro. Porém, ao ritmo de vendas do mês passado, o total estocado era suficiente para 46 dias de vendas, disse a Anfavea.
A indústria de veículos empregava no fim de fevereiro 130,26 mil trabalhadores. Segundo Moan, não fosse uma empresa do setor efetivar cerca de 2 mil trabalhadores terceirizados em fevereiro, os dados de pessoal ocupado teriam sido ainda mais fracos. Ele não citou o nome da empresa que fez as contratações.
O presidente da Anfavea afirmou que segundo as projeções da entidade para o setor neste ano, de alta de 0,5 por cento na produção, queda de 7,5 por cento nas vendas no mercado interno e expansão de 8,1 por cento nas exportações, a ociosidade das montadoras em 2016 será de 52 por cento.
Porém, o setor terminou o bimestre com um nível de ociosidade de 64 por cento, com situação mais grave no segmento que reúne caminhões e ônibus, onde a taxa era de 81 por cento.
Na avaliação da Anfavea, a indústria deve ter alguma reação mais para o fim do ano, o que justifica a manutenção das projeções da entidade para 2016.
Internamente, a entidade esperava vendas em fevereiro de 148 mil veículos novos e o dado final foi de 146,8 mil, o que deu confiança à Anfavea para deixar inalteradas as estimativas para o ano, disse Moan.
Perguntado se a crescente instabilidade política pode prejudicar ainda mais as expectativas do setor para este ano, Moan afirmou que "a economia brasileira está nesta situação em função da mistura das questões políticas com as medidas necessárias para a retomada do desenvolvimento".
Nesta sexta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi alvo de uma nova fase da Operação Lava Jato, sendo levado pela Polícia Federal a prestar depoimento em São Paulo. Em pronunciamento após ser liberado pelos policiais, Lula afirmou que "o que aconteceu hoje era o que precisava acontecer para o PT levantar a cabeça" e que a partir da semana que vem estará "disposto a andar por este país".
"Questões políticas estão corroendo a economia e são terríveis porque contaminam fortemente o nível de confiança e aumentam o nível de pessimismo do empresário e consumidor brasileiros", disse Moan sobre a instabilidade política no país.
São Paulo - A indústria brasileira de veículos continuará fazendo ajustes de produção nos próximos dois meses, suspendendo contratos de trabalho de cerca de 2 mil trabalhadores apenas em março, afirmou nesta sexta-feira o presidente da associação que representa o setor, Anfavea .
A redução na produção vai ocorrer após queda de 31,6 por cento no volume montado no primeiro bimestre sobre o mesmo período do ano passado e depois de o setor reduzir o número de pessoal ocupado em 8,5 por cento ao final do mês passado sobre fevereiro de 2015, segundo os dados da entidade.
"O cenário de restrição à produção deve continuar nos próximos dois meses", disse o presidente da Anfavea, Luiz Moan, a jornalistas.
"Está previsto para este mês mais 1.800 trabalhadores em layoff (suspensão de contratos de trabalho), somando 38,2 mil no setor com alguma restrição de trabalho".
O setor terminou fevereiro com estoque de 241,4 mil veículos novos à espera de compradores, queda de 8 por cento sobre janeiro. Porém, ao ritmo de vendas do mês passado, o total estocado era suficiente para 46 dias de vendas, disse a Anfavea.
A indústria de veículos empregava no fim de fevereiro 130,26 mil trabalhadores. Segundo Moan, não fosse uma empresa do setor efetivar cerca de 2 mil trabalhadores terceirizados em fevereiro, os dados de pessoal ocupado teriam sido ainda mais fracos. Ele não citou o nome da empresa que fez as contratações.
O presidente da Anfavea afirmou que segundo as projeções da entidade para o setor neste ano, de alta de 0,5 por cento na produção, queda de 7,5 por cento nas vendas no mercado interno e expansão de 8,1 por cento nas exportações, a ociosidade das montadoras em 2016 será de 52 por cento.
Porém, o setor terminou o bimestre com um nível de ociosidade de 64 por cento, com situação mais grave no segmento que reúne caminhões e ônibus, onde a taxa era de 81 por cento.
Na avaliação da Anfavea, a indústria deve ter alguma reação mais para o fim do ano, o que justifica a manutenção das projeções da entidade para 2016.
Internamente, a entidade esperava vendas em fevereiro de 148 mil veículos novos e o dado final foi de 146,8 mil, o que deu confiança à Anfavea para deixar inalteradas as estimativas para o ano, disse Moan.
Perguntado se a crescente instabilidade política pode prejudicar ainda mais as expectativas do setor para este ano, Moan afirmou que "a economia brasileira está nesta situação em função da mistura das questões políticas com as medidas necessárias para a retomada do desenvolvimento".
Nesta sexta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi alvo de uma nova fase da Operação Lava Jato, sendo levado pela Polícia Federal a prestar depoimento em São Paulo. Em pronunciamento após ser liberado pelos policiais, Lula afirmou que "o que aconteceu hoje era o que precisava acontecer para o PT levantar a cabeça" e que a partir da semana que vem estará "disposto a andar por este país".
"Questões políticas estão corroendo a economia e são terríveis porque contaminam fortemente o nível de confiança e aumentam o nível de pessimismo do empresário e consumidor brasileiros", disse Moan sobre a instabilidade política no país.