Indicador antecedente de emprego tem maior nível em quase 7 anos
Indicador Antecedente de Emprego, que antecipa os rumos do mercado de trabalho, avançou 5,6 pontos no primeiro mês do ano e chegou a 95,6 pontos
Reuters
Publicado em 6 de fevereiro de 2017 às 11h38.
São Paulo - O retorno do otimismo na indústria sobre o futuro levou a um salto no indicador antecedente de emprego em janeiro, chegando ao maior nível em quase sete anos, de acordo com dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgados nesta segunda-feira.
O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, avançou 5,6 pontos no primeiro mês do ano e chegou a 95,6 pontos, maior nível desde maio de 2010 (98,7 pontos).
"Os resultados devem estar relacionados ao ciclo de redução da taxa de juros iniciado no ano passado pelo Banco Central e que ganhou força neste início de ano, devendo contribuir para uma aceleração cíclica da economia mais adiante", avaliou o economista da FGV/Ibre, em nota, Fernando de Holanda Barbosa Filho, referindo-se ao corte total de 1,25 ponto percentual desde novembro que levou a Selic aos atuais 13 por cento.
O indicador que mede a expectativa com a situação de negócios para os próximos seis meses foi o componente que mais contribuiu para a alta, seguido daquele que avalia o ímpeto de contratações nos próximos três meses, ambos relacionados à indústria.
A FGV informou ainda que o Indicador Coincidente de Emprego (ICD), que capta a percepção das famílias sobre o mercado de trabalho, recuou 1,0 ponto em janeiro, para 103,6 pontos, interrompendo série de quatro altas seguidas.
De acordo com Barbosa Filho, esse resultado representa estabilidade ainda que em nível elevado, o que enfatiza a situação difícil do mercado de trabalho.
"A possível melhora da economia no futuro ainda não parece influenciar a percepção de dificuldade atualmente presente no mercado de trabalho brasileiro", disse ele.
O Brasil encerrou 2016 com número recorde de mais de 12 milhões de pessoas sem trabalho e desemprego de 12 por cento, num claro reflexo da crise econômica no país, de acordo com dados do IBGE.