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IBGE apura queda de 2,5% na produção industrial

Mesmo que seja apenas um 'soluço', queda afeta o resultado do ano e deve ser considerada pelo BC na próxima semana ao definir o patamar dos juros básicos da economia, dizem analistas

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h29.

Depois de quatro meses de expansão, julho destoou e trouxe uma queda de 2,5% na produção industrial, comparada ao mês anterior. O dado foi divulgado nesta quinta-feira (8/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e interrompe uma série de anúncios econômicos favoráveis,utilizados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para promover seu governo.

Aos olhos dos analistas da RC Consultores, o anúncio ratifica a desaceleração da atividade industrial, e deve conduzir a uma redução de 0,5 ponto percentual na taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), semana que vem.

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Mas pode não ser tão simples assim. Segundo Monica Baer, consultora da MB Associados, os dados positivos divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) referentes a agosto, passam a sensação de um comportamento de zigue-zague da atividade industrial. "A princípio, nossa aposta é que o resultado do IBGE seja apenas um soluço", afirma a economista.

De qualquer modo, um recuo de 2,5% da produção em um mês não é qualquer recuo. "Chama atenção que a queda é muito forte e generalizada, chega a ser intrigante", diz Monica. "Essa queda comeu quase todo avanço de maio e junho, meses que tinham dado a sensação de que tínhamos voltado a crescer a um ritmo razoável."

Causa e efeito

Para Monica, no caso do segmento de bens de capital, o que pode ter determinado a queda (a mais acentuada, de -7,6%) é o cenário político, aliado a estoques um pouco excessivos. Quanto à chance de que a parada sensibilize o Copom, a analista é cética. "Já se falava em nova manutenção da Selic em setembro", diz. "O que sabemos é que, mesmo que tenha sido um soluço, o dado de produção em julho atrapalha o desempenho do ano, e aumenta a chance de que a baixa de juros se inicie."

Segundo o IBGE, o crescimento da atividade industrial acumulado de janeiro a julho atingiu 4,3%, abaixo dos 5% verificados entre janeiro e junho. O acumulado em doze meses mantém trajetória de desaceleração, caindo de 6,7% até junho para 5,8% até julho.

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