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Guedes reconhece dificuldades políticas na reforma do serviço público

Ministro da Economia também disse que foco do governo é fazer a chamada reforma administrativa

Paulo Guedes: "Nossa reforma administrativa vai, mas com restrições políticas" (Alan Santos/PR/Flickr)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de janeiro de 2020 às 11h03.

Última atualização em 30 de janeiro de 2020 às 11h39.

São Paulo — O ministro da Economia, Paulo Guedes , disse nesta quinta-feira, 30, durante evento do Centro de Liderança Pública (CLP) que o foco do governo agora, após atacar os gastos com Previdência e com o pagamento de juros, será a reforma administrativa.

Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro disse que o governo não tinha definido se a reforma tributária ou a administrativa era a prioritária, e que isso dependia da viabilidade política.

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Guedes ponderou, contudo, que não consegue garantir o que é politicamente viável de ser aprovado. Ele lembrou que as instituições políticas não querem atingir direitos dos funcionários ativos.

"Nossa reforma administrativa vai, mas com restrições políticas. Se não é possível politicamente aplicar a quem está hoje, coloca um filtro para os próximos", disse, completando que, se a reforma não for feita rapidamente, em um ou dois anos o servidor terá que perder a estabilidade.

"Uma coisa é a economia, que tem que estar próxima da verdade. Agora, o que é possível fazer politicamente é outro departamento e eu confio nas instituições brasileiras desde o início", destacou.

O ministro também disse que quer enviar todas as reformas prometidas pelo governo neste ano. Quanto à administrativa, afirmou que "em uma ou duas semanas", o texto estará no Congresso Nacional.

Guedes voltou a dizer que o andamento das reformas depende do trabalho do Legislativo, mas reforçou que há um clima colaborativo no Parlamento.

O ministro afirmou considerar a reforma administrativa "muito simples de aprovar", uma vez que, por pedido do presidente da República, Jair Bolsonaro, retirou do texto as mudanças para os servidores atuais, endurecendo regras apenas para quem entrar na máquina pública a partir da aprovação. "Mas se quisermos (no Congresso) enfiar também os atuais (servidores), aí pode ser que tenha alguma resistência", disse, durante evento do Centro de Liderança Pública (CLP).

Ele destacou que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) - também presente no evento -, tem pressionado corretamente pelo envio da reforma administrativa do Executivo.

Na quarta-feira, Maia sinalizou que tem priorizado a reforma tributária e que não "tinha culpa se o governo não enviou a sua reforma administrativa".

Guedes sinalizou ainda que a administrativa não foi enviada no ano passado por um receio da classe política de que as tensões na América Latina contaminassem o ambiente no Brasil.

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