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Geração de emprego no Brasil tem pior janeiro em 4 anos

O dado apresentado no Caged do Ministério do Trabalho nesta sexta-feira veio pior que o esperado pelo mercado

Carteira de Trabalho  (Daniela de Lamare)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Brasília - O mercado de trabalho começou 2013 fraco com a abertura de 28.900 mil vagas formais no mês passado, o pior resultado para meses de janeiro desde 2009, sinalizando que a cambaleante economia brasileira pode perder um de seus principais esteios.

O dado apresentado no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho nesta sexta-feira veio pior que o esperado pelo mercado e pelo próprio governo, e pode indicar fraqueza na recuperação da atividade econômica.

"A gente não esperava esse resultado, esperávamos cerca de 100 mil", disse o diretor do Departamento de Emprego e Salário, Rodolfo Torelly, informando que o desempenho do mês ficou abaixo da média de 37 mil contratações para meses de janeiro.

Pesquisa Reuters mostrou que analistas de mercado esperavam a abertura de 46 mil vagas, de acordo com a mediana das previsões.

A perda de dinamismo do mercado de trabalho é uma preocupação a mais para o governo, que tem na geração de emprego com carteira assinada e na ampliação da massa salarial fatores de sustentação da economia brasileira.

A geração líquida de vagas em janeiro representou queda de 75,7 por cento em relação a janeiro de 2012, quando foram abertas 118.895 novas vagas, de acordo com dados sem ajuste.

O desempenho fraco foi influenciado pela elevada dispensa no comércio. Somente em janeiro, os lojistas cortaram 67.458 vagas, já descontadas as admissões no período.

"Foi o pior janeiro para o comércio", disse Torelly.

A queda no emprego foi provocada por menor geração de oportunidades em quase todos os setores. No de serviços, houve contratação líquida de 14.746 trabalhadores em janeiro, enquanto em igual mês do ano passado o número havia sido de 61.463.

A agricultura mostrou dispensa líquida de 622 pessoas, enquanto em janeiro de 2012 o setor havia contratado, também em termos líquidos, 12.318 trabalhadores Já a construção civil, segundo o Caged, registrou contratação líquida de 33.421 operários no mês passado, ante 42.199 novas vagas em janeiro de 2012.


A performance do mercado de trabalho não foi pior porque o setor industrial gerou 43.370 postos líquidos, acima dos 37.462 abertos em janeiro de 2012.

PIB Fraco

O resultado não supreendeu o professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB)e especialista em mercado de trabalho, Carlos Alberto Ramos.

"A desaceleração era óbvia, é uma resposta do PIB (Produto Interno Bruto)", disse o professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em mercado de trabalho Carlos Alberto Ramos.

Ele disse não ter ficado surpreso com o resultado de janeiro, já que, segundo ele, inúmeras empresas não demitiram em 2012 para não arcar com os custos das dispensas.

Mesmo em um cenário de maior crescimento da economia este ano --a expectativa é de crescimento em torno de 3 por cento em 2013 ante cerca de 1 por cento em 2012 -- o mercado de trabalho não gerará números expressivos de postos como o observado em anos anteriores.

"As contratações não serão tão robustas em 2013", disse o professor, acrescentando não considerar realista a projeção do Ministério do Trabalho de geração de 2 milhões de empregos este ano.

No ano passado a criação de vagas formais foi de 1,301 milhão, com recuo de 35,8 por cento em comparação a 2011.

A taxa de desemprego fechou 2012 em 4,6 por cento, menor nível histórico, ao mesmo tempo em que a renda do trabalhador cresceu 4,1 por cento, segundo dados Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Brasília - O mercado de trabalho começou 2013 fraco com a abertura de 28.900 mil vagas formais no mês passado, o pior resultado para meses de janeiro desde 2009, sinalizando que a cambaleante economia brasileira pode perder um de seus principais esteios.

O dado apresentado no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho nesta sexta-feira veio pior que o esperado pelo mercado e pelo próprio governo, e pode indicar fraqueza na recuperação da atividade econômica.

"A gente não esperava esse resultado, esperávamos cerca de 100 mil", disse o diretor do Departamento de Emprego e Salário, Rodolfo Torelly, informando que o desempenho do mês ficou abaixo da média de 37 mil contratações para meses de janeiro.

Pesquisa Reuters mostrou que analistas de mercado esperavam a abertura de 46 mil vagas, de acordo com a mediana das previsões.

A perda de dinamismo do mercado de trabalho é uma preocupação a mais para o governo, que tem na geração de emprego com carteira assinada e na ampliação da massa salarial fatores de sustentação da economia brasileira.

A geração líquida de vagas em janeiro representou queda de 75,7 por cento em relação a janeiro de 2012, quando foram abertas 118.895 novas vagas, de acordo com dados sem ajuste.

O desempenho fraco foi influenciado pela elevada dispensa no comércio. Somente em janeiro, os lojistas cortaram 67.458 vagas, já descontadas as admissões no período.

"Foi o pior janeiro para o comércio", disse Torelly.

A queda no emprego foi provocada por menor geração de oportunidades em quase todos os setores. No de serviços, houve contratação líquida de 14.746 trabalhadores em janeiro, enquanto em igual mês do ano passado o número havia sido de 61.463.

A agricultura mostrou dispensa líquida de 622 pessoas, enquanto em janeiro de 2012 o setor havia contratado, também em termos líquidos, 12.318 trabalhadores Já a construção civil, segundo o Caged, registrou contratação líquida de 33.421 operários no mês passado, ante 42.199 novas vagas em janeiro de 2012.


A performance do mercado de trabalho não foi pior porque o setor industrial gerou 43.370 postos líquidos, acima dos 37.462 abertos em janeiro de 2012.

PIB Fraco

O resultado não supreendeu o professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB)e especialista em mercado de trabalho, Carlos Alberto Ramos.

"A desaceleração era óbvia, é uma resposta do PIB (Produto Interno Bruto)", disse o professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em mercado de trabalho Carlos Alberto Ramos.

Ele disse não ter ficado surpreso com o resultado de janeiro, já que, segundo ele, inúmeras empresas não demitiram em 2012 para não arcar com os custos das dispensas.

Mesmo em um cenário de maior crescimento da economia este ano --a expectativa é de crescimento em torno de 3 por cento em 2013 ante cerca de 1 por cento em 2012 -- o mercado de trabalho não gerará números expressivos de postos como o observado em anos anteriores.

"As contratações não serão tão robustas em 2013", disse o professor, acrescentando não considerar realista a projeção do Ministério do Trabalho de geração de 2 milhões de empregos este ano.

No ano passado a criação de vagas formais foi de 1,301 milhão, com recuo de 35,8 por cento em comparação a 2011.

A taxa de desemprego fechou 2012 em 4,6 por cento, menor nível histórico, ao mesmo tempo em que a renda do trabalhador cresceu 4,1 por cento, segundo dados Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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