Gasolina da Petrobras recua 3% nas refinarias, 1ª queda desde junho
Segundo a empresa, os dois importantes fatores para a composição do preço se estabilizaram em patamar inferior para o combustível
Reuters
Publicado em 14 de dezembro de 2021 às 14h20.
Última atualização em 15 de dezembro de 2021 às 10h26.
A Petrobras reduzirá o preço médio da gasolina nas refinarias em 3,13% a partir de quarta-feira, no primeiro recuo desde junho, refletindo a evolução dos preços internacionais e da taxa de câmbio.
Segundo a empresa, os dois importantes fatores para a composição do preço se estabilizaram em patamar inferior para o combustível.
Com a queda, a gasolina da petroleira passará a ser vendida às distribuidoras ao valor médio de 3,09 reais por litro, versus 3,19 reais por litro anteriormente.
Apesar da queda, o valor médio da gasolina da petroleira estatal acumula alta de 68% neste ano, segundo dados da companhia compilados pela Reuters.
Em sua última redução, a Petrobras baixou a gasolina em 2,32% em 12 de junho. Depois disso, foram feitos quatro aumentos.
A petroleira e o governo federal vêm sofrendo pressões de diversos segmentos da sociedade devido ao avanço dos preços do petróleo e seus derivados no exterior, que se refletem nos valores internos.
Desde que assumiu a empresa, em abril, a gestão Joaquim Silva e Luna vem buscando evitar repasses das volatilidades do mercado externo e espaçar mais os intervalos entre os reajustes, enquanto importadores e distribuidoras apontam que a empresa tem operado fora da paridade de importação.
DEFASAGENS E PRESSÕES
Com o ajuste, a gasolina da Petrobras passará a ser vendida cerca de 2% abaixo da paridade de importação, segundo cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). Já o diesel, que não sofreu mudanças, está 3% abaixo da paridade, segundo a associação.
O presidente da República Jair Bolsonaro afirmou em 5 de dezembro que a Petrobras começaria a anunciar "pequenas" reduções no preço dos combustíveis naquela semana, em uma entrevista ao Poder360.
No dia seguinte, a estatal afirmou que não havia sido tomada nenhuma decisão sobre o assunto e que não antecipava decisões sobre reajustes de preços.
Em nota nesta terça-feira, a Petrobras afirmou que "reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato para os preços internos, das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais".
Os repasses dos valores praticados pela Petrobras não são imediatos e dependem de uma série de fatores, como margens da distribuição e revenda, impostos e misturas obrigatórias de biocombustíveis.
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