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G20 se reúne em meio a tensões com guerra comercial

Os EUA vão tentar aproveitar o G20 para convencer seus aliados a acompanhá-los em uma posição mais agressiva contra a China

DONALD TRUMP: o presidente dos EUA, em março, quando anunciou as tarifas sobre produtos chineses, dando início a um conflito comercial global (REUTERS/Jonathan Ernst/Reuters)
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EXAME Hoje

Publicado em 20 de julho de 2018 às 06h50.

Última atualização em 20 de julho de 2018 às 09h02.

Desta sexta-feira até domingo, ministros da economia e presidentes dos bancos centrais das 20 maiores economias do mundo se reúnem em Buenos Aires, capital da Argentina, para discutir o “futuro do trabalho” e “infraestrutura para o desenvolvimento”. Ou, pelo menos, é isso que está no papel.

Na prática, os representantes dos países do G20 vão falar mesmo da guerra comercial iminente, na primeira reunião após os Estados Unidos terem impostos tarifas equivalentes a 34 bilhões de dólares em produtos chineses e a China ter respondido na mesma moeda.

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Os EUA vão tentar aproveitar o G20 para convencer seus aliados comerciais históricos, o Japão e a União Europeia, a acompanhá-los em uma posição mais agressiva contra as práticas comerciais da China. Mas o clima para convencimentos não é dos melhores, já que os EUA impuseram taxas às importações de aço e alumínio da União Europeia e do Canadá, num movimento que desagradou os aliados. Ambos responderam com tarifas em retaliação.

O presidente americano, Donald Trump, já ameaçou taxar em outros 200 bilhões de dólares os produtos chineses, caso a China não mude suas regras de uso de propriedade intelectual.

“Enquanto todos os países vão eventualmente ser prejudicados em um conflito comercial, a economia dos Estados Unidos é especialmente vulnerável. Os representantes dos governos podem usar a reunião do G20 para superar essas tarifas contraproducentes”, escreveu a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, que deve comparecer ao encontro.

Segundo o FMI, se todas as ameaças prometidas por Trump, e retaliações no mesmo nível, entrarem em vigor a economia global pode perder 430 bilhões de dólares até 2020.

Os ministros das economias do G20 não são os únicos preocupados com a onda de protecionismo. Nesta quinta-feira, representantes de entidades empresariais desses países lançaram um manifesto pedindo que os líderes do grupo se comprometam a não impor novas barreiras e a manter os mercados abertos. “Apelamos aos líderes do G20 no sentido de que assumam a sua responsabilidade e garantam as bases necessárias para a cooperação multilateral”, afirma o documento.

Na última reunião do grupo em Buenos Aires, realizada em março, os países do G20, que representam 75% do comércio global e 85% do PIB mundial, divulgaram um comunicado conjunto rejeitando o protecionismo no comércio internacional. Faltou combinar com Donald Trump.

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