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FMI estende empréstimos ao Egito a US$ 8 bi, após país lançar reformas de apoio à economia

Libra egípcia perdeu cerca de 38% de seu valor em relação ao dólar americano após o anúncio cambial

Sede do FMI, em Washington (EUA) (STEFANI REYNOLDS/AFP/Getty Images)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 6 de março de 2024 às 15h50.

O Fundo Monetário Internacional ( FMI ) fechou nesta quarta-feira, 6, um acordo com o Egito para aumentar o empréstimo concedido ao país para US$ 8 bilhões, dos US$ 3 bilhões anunciados em outubro.

O anúncio ocorre horas depois de Cairo aumentar suas taxas de juro e permitir que a sua moeda flutuasse livremente, numa tentativa inesperada de reconquistar investidores estrangeiros, à medida que a economia do país está sob pressão da guerra em Gaza.

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A libra egípcia perdeu cerca de 38% de seu valor em relação ao dólar americano após o anúncio cambial, apesar de o Banco Central do Egito ter aumentado as principais taxas de juros. A libra foi negociada pela última vez a 49 libras por dólar, contra cerca de 30 no dia anterior.

"As medidas anunciadas foram adotadas como parte de um conjunto de reformas econômicas abrangentes, em coordenação com o governo e apoiadas pelo firme apoio de parceiros multilaterais e bilaterais", disse o banco central, em nota.

As discussões do FMI com o Egito sobre um empréstimo duraram meses, com autoridades do fundo pressionando para que o Cairo deixasse a sua moeda flutuar livremente nos mercados. Investidores e analistas esperavam que o valor final aumentasse para até US$ 10 bilhões.

O presidente Abdel Fattah Al Sisi, que foi reeleito para um terceiro mandato presidencial em dezembro, resistiu a deixar a libra cair drasticamente enquanto buscava estabilizar os preços e manter a dissidência política sob controle, apontam os analistas. Antes dessa medida, a libra já havia perdido cerca de metade de seu valor desde março de 2022, levando a inflação a níveis surpreendentes e colocando muitas famílias egípcias na pobreza.

As autoridades egípcias, no entanto, estavam sob pressão para deixar a moeda flutuar livremente, como forma de restaurar a confiança dos investidores. Os vizinhos mais ricos do Egito no Golfo, que haviam sustentado as finanças do país, relutaram no ano passado em injetar mais capital no país sem garantias sobre como a libra egípcia seria negociada.

Países do Oriente Médio, bem como os EUA - que consideram o Egito um aliado na região e fornecem a ele mais de um bilhão de dólares em ajuda militar por ano - têm um incentivo para ajudar a manter a economia egípcia estável, conforme a guerra em Gaza ameaça se transformar em um conflito regional.

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