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FMI dá prazo para que Argentina mostre novas estatísticas

Segundo o fundo, o país deverá apresentar previsões do PIB e um novo índice de inflação até o final de março de 2014

Mapa mundi visto dentro do símbolo do FMI: o fundo indicou que "mais ações devem ser implementadas para o final de setembro de 2014 e fevereiro de 2015" (Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2013 às 05h23.

Washington- O Fundo Monetário Internacional ( FMI ) avaliou positivamente nesta segunda-feira os progressos realizados pela Argentina para melhorar a qualidade de suas estatísticas, mas estabeleceu um novo prazo, para "o final de março de 2014", em que deverá apresentar "novas previsões do PIB e um novo índice de inflação".

"Apesar de a Argentina não ter adotado as medidas exigidas pelo Fundo para corrigir as inexatidões nas medidas de inflação da Grande Buenos Aires e os dados do PIB, o Diretório Executivo reconheceu o trabalho em andamento e a intenção de oferecer um novo sistema de medição de preços para o início de 2014", informou o FMI em nota de imprensa.

Por isso, o principal órgão executivo do Fundo decidiu oferecer um "calendário específico" para a apresentação dessas novas medidas.

"Esta decisão pede que a Argentina implemente um conjunto inicial de ações específicas, entre elas a publicação de um novo índice de preços nacional e previsões revisadas do Produto Interno Bruto (PIB), para o final de março de 2014", destacou o FMI.

Além disso, indicou que "mais ações devem ser implementadas para o final de setembro de 2014 e fevereiro de 2015", embora não tenha especificado quais são.

O Fundo ressaltou também "a importância das conversas em curso com as autoridades argentinas para melhorar a qualidade" dos dados do PIB e da inflação, e expressou sua disposição em "continuar fortalecendo a relação" com a Argentina.


A decisão do Diretório Executivo do FMI representa um alívio para a Argentina, já que o país poderia enfrentar sanções concretas no que diz respeito ao acesso aos recursos do Fundo.

Embora as tensões entre Argentina e FMI se reduziram nos últimos meses, Lagarde insistiu em agosto que Buenos Aires deveria oferecer números "confiáveis e comparáveis", já que todos os membros "devem estar na mesma página, como estabelecem as regras do jogo".

Em fevereiro, o Fundo emitiu uma declaração de censura e ameaçou à Argentina para que apresentasse progressos na forma com a qual o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) compõe seus dados para o final de setembro, cujo resultado foi analisado hoje pelo Diretório Executivo.

Essa declaração de censura foi a primeira ocasião na qual o FMI tomou tal medida com um de seus 188 países-membros desde a sua criação em 1944.

O Fundo advertiu em várias ocasiões sobre a falta de rigor nas estatísticas econômicas do governo argentino, e em todos os seus relatórios de "Perspectivas Econômicas Globais" dos últimos anos incluía uma nota de pé de página no qual explicitava suas dúvidas sobre os dados fornecidos por Buenos Aires.

Segundo o Indec, a inflação em 2012 foi de 10,8%, enquanto algumas estimativas particulares, das quais o FMI considera mais críveis, estimam que o índice foi de 25,6%.

Nos últimos anos, e em particular durante o mandato da presidente Cristina Kirchner, a Argentina teve divergências com o Fundo, e o considerou como responsável, em parte, pelas recomendações econômicas que levaram à crise que castigou o país no início do século XXI.

"Realmente existe contra a Argentina, por parte do FMI, certa má vontade, porque somos o exemplo ruim, somos o mau aluno, somos aqueles que disseram não a todas e cada uma das receitas que quiseram impor sobre nós em 2003", afirmou Cristina no ano passado em uma conferência na Universidade de Georgetown em Washington.

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Washington- O Fundo Monetário Internacional ( FMI ) avaliou positivamente nesta segunda-feira os progressos realizados pela Argentina para melhorar a qualidade de suas estatísticas, mas estabeleceu um novo prazo, para "o final de março de 2014", em que deverá apresentar "novas previsões do PIB e um novo índice de inflação".

"Apesar de a Argentina não ter adotado as medidas exigidas pelo Fundo para corrigir as inexatidões nas medidas de inflação da Grande Buenos Aires e os dados do PIB, o Diretório Executivo reconheceu o trabalho em andamento e a intenção de oferecer um novo sistema de medição de preços para o início de 2014", informou o FMI em nota de imprensa.

Por isso, o principal órgão executivo do Fundo decidiu oferecer um "calendário específico" para a apresentação dessas novas medidas.

"Esta decisão pede que a Argentina implemente um conjunto inicial de ações específicas, entre elas a publicação de um novo índice de preços nacional e previsões revisadas do Produto Interno Bruto (PIB), para o final de março de 2014", destacou o FMI.

Além disso, indicou que "mais ações devem ser implementadas para o final de setembro de 2014 e fevereiro de 2015", embora não tenha especificado quais são.

O Fundo ressaltou também "a importância das conversas em curso com as autoridades argentinas para melhorar a qualidade" dos dados do PIB e da inflação, e expressou sua disposição em "continuar fortalecendo a relação" com a Argentina.


A decisão do Diretório Executivo do FMI representa um alívio para a Argentina, já que o país poderia enfrentar sanções concretas no que diz respeito ao acesso aos recursos do Fundo.

Embora as tensões entre Argentina e FMI se reduziram nos últimos meses, Lagarde insistiu em agosto que Buenos Aires deveria oferecer números "confiáveis e comparáveis", já que todos os membros "devem estar na mesma página, como estabelecem as regras do jogo".

Em fevereiro, o Fundo emitiu uma declaração de censura e ameaçou à Argentina para que apresentasse progressos na forma com a qual o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) compõe seus dados para o final de setembro, cujo resultado foi analisado hoje pelo Diretório Executivo.

Essa declaração de censura foi a primeira ocasião na qual o FMI tomou tal medida com um de seus 188 países-membros desde a sua criação em 1944.

O Fundo advertiu em várias ocasiões sobre a falta de rigor nas estatísticas econômicas do governo argentino, e em todos os seus relatórios de "Perspectivas Econômicas Globais" dos últimos anos incluía uma nota de pé de página no qual explicitava suas dúvidas sobre os dados fornecidos por Buenos Aires.

Segundo o Indec, a inflação em 2012 foi de 10,8%, enquanto algumas estimativas particulares, das quais o FMI considera mais críveis, estimam que o índice foi de 25,6%.

Nos últimos anos, e em particular durante o mandato da presidente Cristina Kirchner, a Argentina teve divergências com o Fundo, e o considerou como responsável, em parte, pelas recomendações econômicas que levaram à crise que castigou o país no início do século XXI.

"Realmente existe contra a Argentina, por parte do FMI, certa má vontade, porque somos o exemplo ruim, somos o mau aluno, somos aqueles que disseram não a todas e cada uma das receitas que quiseram impor sobre nós em 2003", afirmou Cristina no ano passado em uma conferência na Universidade de Georgetown em Washington.

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