Fiesp: importados ficam com 64% da alta do consumo
Consumo aparente aumentou 4%, enquanto produção nacional cresceu 2,3%, mostram dados
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2011 às 18h57.
São Paulo - O consumo aparente no País entre o primeiro trimestre de 2010 e o mesmo período deste ano cresceu 4%, mas dois terços desta alta foram aproveitados por produtos importados. A conclusão é do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que divulgou hoje os resultados dos coeficientes de exportação e importação da indústria brasileira.
A comparação entre os períodos mostra que o consumo aparente (cálculo que soma a produção e as importações e exclui as exportações) aumentou 4%, enquanto a produção nacional cresceu 2,3% e as importações tiveram alta de 12,9%. No cálculo do aproveitamento da expansão do consumo aparente, da alta de 4%, 64,1% foram preenchidos por produtos importados, e 35,9% pela produção da indústria nacional. Dos 33 setores nos quais a Fiesp divide a indústria para fazer o estudo, dois apresentaram resultados particularmente críticos, de acordo com a entidade: Vestuário e Máquinas e Equipamentos para Fins Industriais.
No caso de Vestuário, o consumo aparente aumentou 6,6% entre o primeiro trimestre de 2010 e os três primeiros meses deste ano. Deste crescimento, 74,3% foram aproveitados pelos produtos importados e apenas 25,7% pela indústria nacional. Neste período a produção nacional cresceu 1,4%, e as importações, 61,5%. "O setor de vestuário utiliza mão de obra intensiva e é um dos que claramente está em crise", disse o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior, Roberto Giannetti da Fonseca. Segundo ele, embora a participação de importados no setor seja crescente, nunca havia ocorrido uma elevação dessa magnitude.
O consumo aparente do setor de Máquinas e Equipamentos para Fins Industriais e Comerciais aumentou 18,5% entre o primeiro trimestre de 2010 e os três primeiros meses deste ano. Neste período, a produção nacional aumentou 5,2%, e as importações, 35 3%. Segundo a Fiesp, do total do crescimento do consumo aparente 82,4% foram aproveitados pelos produtos importados e 17,6% pela produção nacional. "Esta é uma situação ainda mais angustiante. Onde é que vamos parar? Daqui a pouco vamos precisar de máquinas importadas para modernizar o parque industrial brasileiro", questionou Giannetti da Fonseca.
Na avaliação dele, os dados mostram que o País está em um processo de desindustrialização. "Está havendo substituição de produtos fabricados no mercado interno por produtos importados e isso tem acontecido de forma mais acelerada no Brasil do que em outros países", afirmou. De acordo com o dirigente, o aumento da participação de importados no mercado brasileiro é resultado de uma taxa de juros "escandalosa", que ajuda a valorizar o câmbio. "Estes juros trazem um tsunami de dólares para explorar os mercados futuros no País", afirmou.
Segundo Giannetti da Fonseca, os exportadores estão pagando o preço pelo fato de o governo ter dado prioridade ao controle da inflação e desistido de manter a taxa de câmbio acima de R$ 1 60. Até o fim deste ano, porém, ele acredita que o câmbio volte a oscilar entre R$ 1,60 e R$ 1,80 por dólar. "Acredito que as medidas do governo vão ajustar o câmbio no médio prazo."
São Paulo - O consumo aparente no País entre o primeiro trimestre de 2010 e o mesmo período deste ano cresceu 4%, mas dois terços desta alta foram aproveitados por produtos importados. A conclusão é do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que divulgou hoje os resultados dos coeficientes de exportação e importação da indústria brasileira.
A comparação entre os períodos mostra que o consumo aparente (cálculo que soma a produção e as importações e exclui as exportações) aumentou 4%, enquanto a produção nacional cresceu 2,3% e as importações tiveram alta de 12,9%. No cálculo do aproveitamento da expansão do consumo aparente, da alta de 4%, 64,1% foram preenchidos por produtos importados, e 35,9% pela produção da indústria nacional. Dos 33 setores nos quais a Fiesp divide a indústria para fazer o estudo, dois apresentaram resultados particularmente críticos, de acordo com a entidade: Vestuário e Máquinas e Equipamentos para Fins Industriais.
No caso de Vestuário, o consumo aparente aumentou 6,6% entre o primeiro trimestre de 2010 e os três primeiros meses deste ano. Deste crescimento, 74,3% foram aproveitados pelos produtos importados e apenas 25,7% pela indústria nacional. Neste período a produção nacional cresceu 1,4%, e as importações, 61,5%. "O setor de vestuário utiliza mão de obra intensiva e é um dos que claramente está em crise", disse o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior, Roberto Giannetti da Fonseca. Segundo ele, embora a participação de importados no setor seja crescente, nunca havia ocorrido uma elevação dessa magnitude.
O consumo aparente do setor de Máquinas e Equipamentos para Fins Industriais e Comerciais aumentou 18,5% entre o primeiro trimestre de 2010 e os três primeiros meses deste ano. Neste período, a produção nacional aumentou 5,2%, e as importações, 35 3%. Segundo a Fiesp, do total do crescimento do consumo aparente 82,4% foram aproveitados pelos produtos importados e 17,6% pela produção nacional. "Esta é uma situação ainda mais angustiante. Onde é que vamos parar? Daqui a pouco vamos precisar de máquinas importadas para modernizar o parque industrial brasileiro", questionou Giannetti da Fonseca.
Na avaliação dele, os dados mostram que o País está em um processo de desindustrialização. "Está havendo substituição de produtos fabricados no mercado interno por produtos importados e isso tem acontecido de forma mais acelerada no Brasil do que em outros países", afirmou. De acordo com o dirigente, o aumento da participação de importados no mercado brasileiro é resultado de uma taxa de juros "escandalosa", que ajuda a valorizar o câmbio. "Estes juros trazem um tsunami de dólares para explorar os mercados futuros no País", afirmou.
Segundo Giannetti da Fonseca, os exportadores estão pagando o preço pelo fato de o governo ter dado prioridade ao controle da inflação e desistido de manter a taxa de câmbio acima de R$ 1 60. Até o fim deste ano, porém, ele acredita que o câmbio volte a oscilar entre R$ 1,60 e R$ 1,80 por dólar. "Acredito que as medidas do governo vão ajustar o câmbio no médio prazo."