Economia

Fiesp e IEDI estão otimistas, apesar da queda na indústria paulista

A locomotiva saiu da ferrovia, chegou até a andar para trás, mas deve voltar aos trilhos. Para Fiesp e IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), o desempenho inferior da indústria paulista diante da média nacional em pesquisa divulgada ontem pelo IBGE deve se reverter tão logo as incertezas do curto prazo se dissipem […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h58.

A locomotiva saiu da ferrovia, chegou até a andar para trás, mas deve voltar aos trilhos. Para Fiesp e IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), o desempenho inferior da indústria paulista diante da média nacional em pesquisa divulgada ontem pelo IBGE deve se reverter tão logo as incertezas do curto prazo se dissipem do horizonte brasileiro. A expectativa é que a virada no cenário comece a acontecer após as eleições , afirma Clarice Messer, diretora do departamento de pesquisas e estudos econômicos da Fiesp. O prazo estimado para a mudança é de 18 a 24 meses. O diretor-executivo do IEDI, Júlio Gomes de Almeida, compartilha o otimismo: O potencial de crescimento da indústria brasileira em 2003 é de 5%, o que pode puxar o crescimento da economia para uma faixa de, pelo menos, 4%. Nessa perspectiva, São Paulo vai dar grandes braçadas .

Responsável por 45% de toda a produção industrial brasileira, São Paulo apresentou pela terceira vez consecutiva desempenho menor que a média do país. Reduziu sua atividade em 1,9% nos últimos 12 meses, contra 0,8% na média nacional, segundo o estudo feito em 12 regiões pelo IBGE. Ainda de acordo com a pesquisa, o setor industrial paulista mostrou, em julho, queda na produção nos principais indicadores: de 1,2% em relação ao mesmo mês de 2001 e de 2,5% no acumulado do ano. Os resultados são também inferiores aos totais do país, que mostrou crescimento de 3,3% e 0,4%, respectivamente.

Por que a retração? Os setores mais afetados pelas mudanças em juros e crédito, incluindo o medo do consumidor, são predominantes na indústria paulista. Sempre que a economia desacelera por causa desses fatores, a produção industrial do estado diminui , afirma Almeida, do IEDI. Na comparação com julho de 2001, dez dos 19 setores investigados em São Paulo mostram redução na produção. O fator mais decisivo para o resultado foi o fraco desempenho da indústria de material elétrico e de comunicações (queda de 27,1%). Dos 19 setores pesquisados, 12 estão em queda no total acumulado este ano. Também neste confronto, o setor de material elétrico e de comunicações (queda de 19,4%) é o que exerce o principal impacto negativo na composição da taxa global, pressionado sobretudo pela redução na produção de microcomputadores. Em seguida vem o setor de material de transporte, com queda de 6,6% (o principal item são os automóveis).

De acordo com a Fiesp e o IEDI, as fontes prováveis para a reativação da indústria seriam três: os investimentos represados em 2002, o consumo reprimido de bens duráveis desde a crise de energia e a substituição de importações. Se bem aproveitado, esse potencial de expansão poderá simbolizar o início de um novo ciclo industrial , diz Almeida. Tudo vai depender, afirma ele, da estabilização das expectativas financeiras externas e internas -, do recuo das taxas de juros e da redução da inadimplência para a reativação do crédito. No câmbio, a condição é que não se repita uma valorização do real na dimensão ocorrida entre o último trimestre de 2001 e o primeiro trimestre de 2002.

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